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Inspeção-Geral em Saúde investiga tratamento a gémeas do Brasil no Santa Maria

06 nov, 2023 - 13:34 • Lusa

Segundo a TVI, há suspeitas de que isso tenha acontecido por influência do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que já negou qualquer interferência no caso.

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A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) anunciou esta segunda-feira que abriu um processo de inspeção ao caso das gémeas que vivem no Brasil e receberam um tratamento de quatro milhões de euros no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

“Informamos que a IGAS abriu um processo de inspeção sobre o processo de prestação de cuidados de saúde às duas crianças para verificar se foram cumpridas todas as normas aplicáveis a este caso concreto”, adianta a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde numa resposta escrita à agência Lusa.

O inspetor-geral, António Carapeto, já esteve reunido esta segunda-feira com o conselho de administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, para ser informado sobre as medidas internas já adotadas sobre este caso, apurou a Renascença.

Em causa está uma reportagem da TVI, transmitida na sexta-feira, segundo a qual duas gémeas luso-brasileiras vieram a Portugal em 2019 receber o medicamento Zolgensma, - um dos mais caros do mundo – para a atrofia muscular espinhal, que totalizou no conjunto quatro milhões de euros.

Segundo a TVI, há suspeitas de que isso tenha acontecido por influência do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que já negou qualquer interferência no caso.

“Quando as gémeas luso-brasileiras chegaram ao Hospital de Santa Maria para receber o tratamento de quatro milhões de euros para a atrofia muscular espinhal, os neuropediatras opuseram-se e dirigiram, em novembro de 2019, uma carta ao então presidente do conselho de administração, Daniel Ferro, a dar contas das suas razões, da falta de dinheiro e pelo facto de as crianças já estarem a receber tratamento no Brasil”, refere a TVI. Adianta que o documento desapareceu nestes quatro anos, mas, após a reportagem, reapareceu.

Numa nota enviada no domingo às redações, o Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte confirma a receção de uma carta dos neuropediatras do CHULN e que “o caso seguirá a sua tramitação interna”.

Hoje, o centro hospitalar esclareceu à Lusa que a carta que recebeu é uma nova carta, mas com o mesmo conteúdo da que foi enviada em 2020 ao Conselho de Administração e que desapareceu.

Segundo a mesma fonte, o caso será encaminhado para o Gabinete Jurídico do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte.

O Presidente da República negou, no domingo, que tivesse intercedido junto do Hospital de Santa Maria ou de qualquer outra entidade, para que as duas pudessem beneficiar de tratamentos no Serviço Nacional de Saúde.

“Eu ontem [sábado] disse que não tinha feito isso. Não fiz. Não falei ao primeiro-ministro, não falei à ministra [da Saúde], não falei ao secretário de Estado, não falei ao diretor-geral, não falei à presidente do hospital, nem ao conselho de administração nem aos médicos”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas.

Segundo o chefe de Estado, o que está em causa é saber “se interferiu, ou não interferiu, isto é, se pediu um empenho, pediu uma cunha para que sucedesse uma determinada solução favorável a uma pretensão de duas crianças gémeas doentes”.

“Vendo a reportagem, ninguém aparece a dizer que eu falei com essa pessoa. Ninguém. Diz-se, consta, parece que sim, parece que, parece que havia família [do Presidente] que estava empenhada, por amizade, nisso. Mas ninguém em relação ao Presidente. E só há um Presidente. A família do Presidente não foi eleita, não é Presidente”, salientou Marcelo Rebelo de Sousa.

Segundo disse, o Presidente da República não pode estar sujeito a uma “suspeição de que interfere em decisões da cadeia administrativa, ordenando, recomendando, pedindo, metendo uma cunha para ninguém, muito menos aquilo que possa ser mais próximo de amigos de conhecidos”.

[notícia atualizada às 18h14]

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  • Maria
    06 nov, 2023 Palmela 15:28
    Entao mas agora o igas baseia-se em reportagens da tvi?? A tvi so tem uma coisa mais que eu" conhece melhor os defeitos do presidente foram muitos anos a virar frango juntos !
  • Anastácio José Marti
    06 nov, 2023 Lisboa 14:40
    Do que espera a mesma IGS para investigar os porquês de a sua anterior Diretora, várias vezes ter solicitado que se evitem aglomerações para não aumentar as contaminações por COVID, mas que apesar desta sugestão as incompetentes e irresponsáveis políticas que dirigem os Centros de saúde como por exemplo o Centro de saúde Santa Clara/Lumiar, continuam a imporem aos seus utentes essas aglomerações que nada respeitam a saúde dos seus utentes, nem tão pouco, a prioridade legalmente imposta no atendimento dos seus utentes com 60% ou mais de incapacidade, desrespeitando a lei, como se fosse para isso que são pagas pelo erário público português, ou não será para a DGS o desrespeito pela lei e pelos direitos dos utentes prioritários motivo suficiente para investigar estas fingidas formas de dirigir seja que Centro de saúde for?

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