06 nov, 2023 - 16:49 • Lusa
Um total de 787 imigrantes em Portugal pediram apoio do programa ÁRVoRE para regressarem ao país de origem nos primeiros nove meses de 2023, a grande maioria, 607, de nacionalidade brasileira, segundo dados da Organização Internacional das Migrações (OIM) divulgados esta segunda-feira.
No mesmo período, 278 imigrantes regressaram aos seus países no âmbito daquele programa da OIM de apoio ao retorno voluntário e reintegração de imigrantes no país de origem, estando mais uma vez os brasileiros em maioria.
Este facto é justificado também por a comunidade imigrante brasileira ser a maior em Portugal, com mais de 400 mil pessoas.
A percentagem de imigrantes oriundos do Brasil inscritos no programa representa, assim, 77% do total de imigrantes inscritos até setembro, para tentarem aquele apoio.
"A percentagem daqueles [imigrantes brasileiros] que já ajudámos a retornar ao Brasil em 2023 é de 82%", o que corresponde a 228 casos adiantou Vasco Malta, o chefe de missão da Organização Internacional das Migrações em Lisboa, nas respostas por escrito a questões colocadas pela Lusa.
O responsável salientou que “o Brasil é a principal comunidade no âmbito do Programa de Apoio ao Retorno Voluntário e à Reintegração”, pelo que a organização regista sempre “uma procura alta, que ronda os 80/85% em média” dos pedidos totais, salientou.
Já em 2022, ano em que o número de pedidos de apoio de imigrantes em Portugal para regressarem ao país de origem atingiu um recorde de 1.051, o número de cidadãos brasileiros foi de 913, ou seja 87%.
Naquele ano, o total de retornados com o apoio do programa ÁRVoRE foi de 394 pessoas, dos quais 350 eram cidadãos brasileiros.
O responsável da OIM em Lisboa justificou na altura os números de 2022 com desemprego, dificuldades de acesso ao mercado de trabalho e à habitação e de regularização do cartão de residência.
De acordo com Vasco Malta, naquele ano não foi só o número de pedidos que aumentou, também cresceram "de forma surpreendente" os casos de pessoas em situação de extrema vulnerabilidade”.
O programa ÁRVoRE, uma iniciativa da OIM, é cofinanciado pelo Governo português, através do ex-Serviço de Estrangeiros Fronteiras, atual Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), e pelo Fundo de Asilo, Migração e Integração da União Europeia.