Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Demissão de Costa

Movimento "Médicos em Luta" mantém protesto por melhores condições de trabalho

08 nov, 2023 - 15:29 • Lusa

Apesar da crise política instalada, os clínicos consideram que ainda é possível aprovar "medidas importantes", porque o Governo e o ministro da Saúde ainda estão em funções.

A+ / A-

O movimento "Médicos em Luta" vai manter o protesto por melhores condições de trabalho e em defesa do SNS, considerando que ainda é possível aprovar "medidas importantes", porque o Governo e o ministro da Saúde ainda estão em funções.

"O movimento continua e a nossa voz de protesto continua, pelo menos, até termos algum motivo para alterarmos alguma coisa", disse hoje à agência Lusa a porta-voz do movimento, Susana Costa, lamentando que tenha sido cancelada a reunião que estava marcada para hoje entre o Ministério da Saúde e os sindicatos médicos na sequência do pedido de demissão do primeiro-ministro, António Costa.

Mas, sublinhou, "independentemente de haver um pedido de demissão do primeiro-ministro, continuamos a ter um Governo, para já, e continuamos a ter o ministro da Saúde".

Nesse sentido, o movimento de médicos que tem paralisado vários serviços de urgência, na sequência da entregas de escusas ao trabalho extraordinário, além das 150 horas anuais obrigatórias, "não prevê parar", nem interromper o seu protesto, disse Susana Costa.

A médica disse que os médicos vão acompanhando a situação política e se virem que se justifica suspender o protesto por algum tempo, o farão, "mas neste momento não está previsto", reiterou.

Caso haja eleições legislativas, a porta-voz do movimento defendeu que o problema dos médicos deve ser resolvido "muito antes" de serem convocadas, lamentando que "não tenha havido vontade para o resolver" até agora.

No seu entender, a resolução do problema deve ser prioritário como a aprovação do Orçamento do Estado para 2024.

"Se forem convocadas eleições, nessa altura reavaliaremos a situação e ponderaremos o que há a fazer, mas neste momento, de acordo com os cenários que estão postos em cima da mesa, não há previsão de que se pare este movimento", insistiu.

Segundo Susana Costa, o movimento tem vindo a crescer, contando já com perto de 7.000 médicos.

Até ao momento, foram entregues cerca de 2.500 escusas de indisponibilidade, que estão a causar constrangimentos em cerca de 30 hospitais do país, disse, alertando que as dificuldades se vão agravar ao longo deste mês, porque algumas minutas terão efeito a partir de um determinado dia de novembro em diversos hospitais.

Susana Costa observou que a situação se agrava ao fim de semana e que os constrangimentos vão ser agravados pela exaustão das equipas que têm vindo a responder nos hospitais aos doentes que chegam de outras unidades.

"À medida que haja uma maior procura dos serviços de urgência, as coisas vão-se naturalmente agravar, que é o que está previsto nas próximas semanas", adiantou.

O primeiro-ministro, António Costa, pediu, na terça-feira, a sua demissão ao Presidente da República, que a aceitou, após o Ministério Público revelar que é alvo de investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+