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Lisboa. PS acusa Moedas de "politiquice irresponsável" por ameaçar suspender obras do Metro

20 nov, 2023 - 19:27 • Lusa

Para a vereação do Partido Socialista (PS), as considerações do social-democrata Carlos Moedas refletem uma "visão distorcida" das prioridades da cidade.

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O PS na Câmara de Lisboa criticou, esta segunda-feira, a ameaça de suspensão das obras do Metropolitano por parte do presidente da autarquia, Carlos Moedas (PSD), considerando que "é politiquice irresponsável", inclusive por se desresponsabilizar pelo "falhanço estrondoso" na mobilidade.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara de Lisboa considerou que os atrasos nas obras do metro são "o grande obstáculo à circulação" na cidade, ameaçando exigir a suspensão dos trabalhos se o calendário de execução não for cumprido.

"Os lisboetas não aceitam que se encarem estes atrasos com normalidade. Como presidente da câmara, exijo que haja um plano público que seja cumprido com urgência. Se assim não for, terei que exigir ao Governo que em determinadas zonas da cidade se parem imediatamente as obras", afirmou Carlos Moedas, reiterando que o Metropolitano devia ser gerido pela Câmara Municipal de Lisboa e não pelo Governo.

Para a vereação do Partido Socialista (PS), as considerações do social-democrata Carlos Moedas refletem uma "visão distorcida" das prioridades da cidade, em que a interrupção das obras do metro "seria uma perigosa e inaceitável redefinição de prioridades, com sérios danos para Lisboa e os lisboetas".

"Deve ser a primeira vez que um autarca anuncia, supostamente para proteger a circulação automóvel, a intenção de parar as obras de expansão de um transporte público de massa, como o Metropolitano", argumentou o PS, defendendo que o reforço da rede de transportes públicos é condição primordial para diminuir a circulação automóvel na cidade.

Por outro lado, os vereadores do PS acusaram Carlos Moedas de responsabilizar as obras do metro pelo "caos do trânsito" na cidade.

"É mais uma forma de Moedas se desresponsabilizar pelo falhanço estrondoso do seu plano para retirar carros da Baixa e os conduzir pela "5.ª Circular" de Lisboa", afirmaram os socialistas, considerando que o plano de mobilidade da liderança PSD/CDS-PP foi "apenas uma medida de propaganda política, oca de aplicação prática", porque "até hoje ninguém viu um carro ser desviado ou proibido de entrar na Baixa".

"Em vez de se preocupar com o falhanço sistemático da gestão semafórica, que tem afetado as Avenidas Novas e outras zonas centrais de Lisboa, ou a ausência sistemática da Polícia Municipal na gestão do trânsito, Carlos Moedas atira responsabilidades para terceiros. Como sempre", reforçou o PS.

Sobre as obras na rede do Metropolitano de Lisboa, a vereação do PS criticou a "irresponsável politiquice" de Carlos Moedas ao ameaçar suspender os trabalhos, lembrando a demora nos trabalhos do Plano Geral de Drenagem.

"Ainda antes de começar a perfuração já as obras do túnel de drenagem tinham "atrasos de cerca de seis meses na fase de execução de obra"", apontaram os socialistas, citando o relatório de ponto de situação do Plano Geral de Drenagem, de 05 novembro, e lembrando que a justificação do presidente da câmara foi de que "uma obra desta dimensão obviamente terá atrasos, é normal que tenha".

Para os socialistas, "Carlos Moedas, como sempre, é tão rápido e exigente com o Governo ou qualquer outra entidade como é supersónico a desresponsabilizar-se de tudo aquilo que é sua competência e responsabilidade".

"Como é que um executivo, como o seu, com uma taxa de execução de 41% nas obras de habitação pode dar lições sobre calendário de obras?", questionaram os vereadores do PS.

Justificando o atraso das obras de expansão da rede do Metropolitano de Lisboa, o PS indicou que está concluído o túnel do Lote 1, ligando o Largo do Rato à Avenida Dom Carlos I, e "os atrasos existentes, de cerca de seis meses, se concentram nas obras mais problemáticas, junto à Avenida 24 de Julho", devido às especificidades do terreno e das escavações a céu aberto serem acompanhadas por arqueólogos, por ser "a parte da cidade mais rica em património de valor histórico".

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