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Black Friday. O que devemos ter em conta quando formos às compras?

23 nov, 2023 - 20:20 • Fátima Casanova

Muitos portugueses aproveitam a Black Friday para fazer compras. Neste explicador, damos-lhe dicas para evitar que a black friday se transforme numa sexta-feira negra.

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Os portugueses querem travar os gastos na Black Friday, diz um estudo feito pela DECO/Proteste.

Ainda assim, 79% quer fazer compras nesta sexta-feira. Como deve gastar o seu dinheiro neste dia propício a descontos e boas oportunidades de negócio?

O Explicador Renascença ajuda.

Qual o primeiro conselho para quem quer aproveitar estas promoções?

Desde logo não comprar por impulso. O melhor é ter uma lista daquilo que realmente precisa para não se deixar levar pelas campanhas promocionais. Com a lista na mão, começa o trabalho de comparar preços entre as diferentes lojas.

Pode ser demorado, aborrecido, mas no final pode compensar. Muito importante nessa pesquisa é perceber se a promoção anunciada corresponde, de facto, a uma redução de preço.

Como é que posso garantir que o preço antigo indicado pelas lojas é genuíno?

A legislação das promoções determina que para a loja apurar o preço em promoção deve ter em conta o valor mais baixo praticado nos 30 dias anteriores.

É sobre esse valor que se aplica o desconto, mas nem sempre o preço riscado é de facto o mais baixo dos ultimos 30 dias. Há lojas que aumentam o preço uns dias antes para depois anunciarem grandes reduções sobre esse preço.

Como é que o consumidor pode saber qual o valor mais baixo que um determinado produto já teve?

Há uma boa ferramenta que permite saber isso. Chama-se “Comparar preços", é da DECO/Proteste e permite perceber a evolução dos preços dos produtos nas lojas online.

Devolve o resultado com cores: verde para um bom negocio e o vermelho quando o preço do produto já esteve mais baixo.

O comércio está a cumprir a lei?

A partir desta ferramenta, a associação para a defesa do consumidor, nestes últimos,esteve a avaliar se as lojas estavam a cumprir a lei da redução de preço.

A DECO/Proteste concluiu que nem tudo o que é anunciado corresponde a boas oportunidades, porque algumas lojas comparam os seus preços com os valores de venda recomendados pelos fabricantes ou fornecedores - o chamado PV PR - dando a entender que estão a dar descontos maiores.

O que deveriam fazer era reduzir o preço face ao valor que a loja estava a praticar.

Há alguma coisa que um consumidor menos informado possa fazer?

Sim, pode optar por comprar em lojas que se propõem igualar os preços mais baixos do mercado.

Depois de escolher o artigo, o consumidor pode fazer uma pesquisa rápida no seu telefone e se encontrar um preço mais em conta, só preciso de confrontar o vendedor.

Nesta altura também é possível fazer trocas?

Sim, a loja deve adotar a mesma política de trocas e de devoluções que tem durante o ano. Caso opte por alterar, essa informação tem de estar bem visível, assim como, no que toca aos meios de pagamentos. Normalmente são os mesmos, mas se houver alguma limitação, o consumidor tem de ser informado.

Outra questão importante: se o consumidor adquirir um produto com defeito, tendo sido informado previamente, o consumidor não pode exercer o seu direito de garantia caso depois venha a descobrir que afinal o defeito é maior do que pensava.

Nas compras à distância, quais são os direitos dos consumidores?

Nas compras à distância, ou seja, compras feitas online, o consumidor tem 14 dias seguidos, depois de o produto lhe chegar às mãos, para comunicar a sua desistência da compra.
Não precisa de justificar o motivo para o arrependimento. Tem direito à devolução do valor que pagou.
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