25 nov, 2023 - 23:08 • Lusa
Os 11 estudantes detidos, que passaram esta noite no Comando Metropolitano de Lisboa, foram libertados pelas 16h00, sem terem sido presentes a um juiz, o que vai suceder na segunda-feira, disse à Lusa a porta-voz do movimento.
Segundo Beatriz Xavier, uma das porta-voz do movimento Greve Climática Estudantil de Lisboa, os 11 estudantes que ficaram na esquadra até às 16h00 deste sábado não foram ao Campus de Justiça, conforme avançava um comunicado do movimento enviado à Lusa.
A porta-voz revelou que os 11 estudantes vão ser presentes a um juiz juntamente com os outros 13 estudantes detidos nas manifestações de sexta-feira.
Os jovens serão ouvidos por um magistrado do Campus de Justiça, pelas 10h00 de segunda-feira.
Segundo uma nota de imprensa do grupo Greve Climática Estudantil de Lisboa enviada à Lusa, foram detidas 24 jovens na sexta-feira em manifestações pelo fim dos combustíveis fósseis.
Dos 24 manifestantes, 11 jovens passaram a noite no Comando Metropolitano de Lisboa e estava previsto serem presentes este sábado, pelas 10h00, a um juiz.
O grupo refere que dez estudantes foram constituídos arguidos por desobediência, "após fazerem um 'sit-in' no Ministério das Infraestruturas".
O outro estudante foi constituído arguido "por resistência ou coação à polícia", lê-se no comunicado.
"O Governo prefere continuar a enviar polícia para reprimir e agora agredir estudantes do que se comprometer a um plano compatível com a ciência para assegurar o nosso futuro", afirmou Beatriz Xavier, porta-voz da onda de ações pelo fim aos combustíveis fósseis até 2030 e eletricidade 100% renovável e acessível até 2025, citada na nota de imprensa.
A jovem acrescentou que manter as jovens na esquadra durante a noite "parece ser apenas mais uma forma de o sistema" as "tentar intimidar".
"Não vão ser bem sucedidos, porque sabemos que estamos a lutar pelas nossas vidas. Estamos do lado certo da história, não podemos parar", rematou.
Cerca de 50 jovens ativistas concentraram-se na manhã de sexta-feira no Largo Camões, tendo desfilado pouco depois em direção ao Ministério do Ambiente, mas a marcha foi momentaneamente interrompida quando a polícia revistou três manifestantes aos quais apreendeu dois "engenhos pirotécnicos" e um saco com tintas.
O desfile prosseguiu com palavras de ordem contra a exploração de energia fóssil e, ao subirem a Rua do Século, já próximo ao Ministério Ambiente, os manifestantes conseguiram libertar fumos nas cores de vermelho, verde e negro de engenhos semelhantes aos apreendidos pela PSP.
Realizaram-se ainda manifestações noutros locais.
Os ativistas têm realizado manifestações e ações para reivindicar o fim ao fóssil até 2030 e eletricidade 100% renovável e acessível até 2025, garantindo que este é o último inverno em que o gás fóssil é utilizado em Portugal.