10 dez, 2023 - 17:57 • Anabela Góis , Miguel Marques Ribeiro
A PSP reconheceu este domingo que as condições em que os requerentes de asilo aguardam uma resposta na zona internacional do aeroporto de Lisboa “não são as mais adequadas”, mas alegou que a culpa é do aumento do afluxo que se tem registado nas últimas semanas.
Em comunicado, a força policial afirmou que nos últimos dias “um elevado número de passageiros requereu proteção internacional, face à impossibilidade de poderem entrar em território nacional”.
A PSP assegurou ainda que “tem promovido a deslocação dos cidadãos mais vulneráveis para o espaço equiparado a centro de instalação temporária no Aeroporto Humberto Delgado. Nestes espaços, os requerentes podem beneficiar de assistência médica e jurídica, tomar as suas refeições e fazer a sua higiene diária, sendo ainda indispensáveis, em alguns casos, para o exercício das suas convicções religiosas”.
Em declarações à Renascença, o superintendente Hugo Palma referiu que tanto a polícia como a Agência para a Integração Migrações e Asilo (AIMA), que sucedeu ao SEF, estão a tentar solucionar o problema.
“Estamos em articulação com AIMA para que o mais depressa possível se consiga analisar os pedidos, que apresentam um número anormal. O próprio presidente da AIMA a semana passada deslocou-se pessoalmente ao aeroporto para verificar esta situação”.
O representante da Unidade Orgânica de Segurança Aeroportuária e Controlo Fronteiriço da PSP admitiu, no entanto, que não vai existir uma resposta imediata para estes estrangeiros que continuam retidos, sem condições, no aeroporto de Lisboa, enquanto aguardam pela resposta ao pedido de asilo.
“Estamos a tentar encontrar soluções de alojamento para estas pessoas para que a sua estadia seja a mínima indispensável ou que tenhamos alternativas de colocação, o que para já não é possível garantir”, declarou.
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) convocou, entretanto, para sexta-feira, a realização de plenários nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro.
Em comunicado reproduzido pela agência Lusa, a ASPP/PSP alega que a extinção do SEF foi uma decisão política “melindrosa e arriscada” e alerta para “a escassez de efetivo, as fracas condições de trabalho e a incapacidade de resposta, em termos gerais e também nas Divisões de Segurança Aeroportuária".