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Polícias da PSP vão "endurecer formas de luta"

15 dez, 2023 - 13:36 • Lusa

Cerca de uma centena de polícias da PSP participaram hoje num plenário de protesto no aeroporto de Lisboa e decidiram "endurecer formas de luta", estando prevista a realização de outras iniciativas a partir de dia 22.

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Cerca de uma centena de polícias da PSP participaram esta sexta-feira num plenário de protesto no aeroporto de Lisboa e decidiram "endurecer formas de luta", estando prevista a realização de outras iniciativas a partir de dia 22.

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) realizou plenários nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro - tendo contado com a participação e apoio de outras estruturas da Polícia de Segurança Pública, designadamente o Sindicato Independente de Polícia, Sindicato Nacional de Polícia, Sindicato Nacional da Carreira de Chefes e Sindicato Nacional de Oficiais da Polícia - para exigir tratamento salarial igual à Polícia Judiciária e a revisão dos suplementos remuneratórios.

No aeroporto de Lisboa, o plenário, segundo o dirigente da ASPP Carlos Oliveira, "correu muito bem", tendo "superado as expectativas ao terem estado presentes quase uma centena" de polícias que trabalham no local.

"Do plenário saiu a decisão de intensificar esta luta e não a deixar esmorecer. Foram já marcados novos plenários para o dia 22 de dezembro", disse à Lusa Carlos Oliveira.

De acordo com a ASPP, os plenários e reuniões, que vão começar em 22 de dezembro, vão realizar-se não só nos aeroportos, mas também em outros locais do país durante o horário de trabalho com o objetivo de "condicionar o serviço".

Como a PSP não tem direito à greve, os sindicatos pedem aos polícias que submetam o requerimento que permite a dispensa de 15 horas anuais para assistirem a reuniões e plenários.

"Com estes plenários há um constrangimento claro porque os polícias que estão de serviço também participam nas reuniões e basta um polícia faltar neste momento na fronteira, para já criar constrangimentos", disse Carlos Oliveira, lamentando que tenham sido colocados nas fronteiras aéreas ex-funcionários do SEF e da Frontex.

O dirigente da ASPP avançou que estas iniciativas de protesto tem como "objetivo lutar pelo reconhecimento daquilo que é a condição policial, pois a PSP é uma polícia "low cost" no que diz respeito às outras polícias que existem no país".

"Queremos um tratamento de igualdade. A revisão dos suplementos remuneratórios já não é feita desde 2009 e era uma promessa deste ministro, mas nunca foi abordada a questão durante o tempo em que esteve em exercício", precisou.

Também o presidente do Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol), Armando Ferreira, disse à Lusa que do plenário do aeroporto de Lisboa saiu a certeza que "a pressão sobre o Governo vai ter que aumentar de forma exponencial".

"Os polícias hoje, pelo menos aqui no aeroporto de Lisboa, disseram de forma coerente que a pressão sobre o Governo tem que aumentar e obviamente, havendo plenários, vai haver constrangimentos no serviço que está a ser prestado e isso vai ter consequências", frisou, especificando que os polícia têm direito a 15 horas de dispensa de serviço por ano e hoje foram gastas quatro horas, mas "até ao final do ano ainda podem gastar mais 11 horas e em janeiro é retomado o direito a mais 15 horas".

O presidente do Sinapol alertou para a "grave possibilidade de uma crise na PSP ao nível da motivação que se está a sentir pela primeira vez por parte de todos os polícias".

Armando Ferreira explicou que os polícias estão "motivados para avançar para uma paralisação", adiantando que para tal acontecer não é preciso "fazer greve", existindo outras ferramentas, nomeadamente os plenários em que, durante o momento em que estão a ser feitos, há serviços que sofrem constrangimentos, além de outras iniciativas sindicais.

Desde que o Governo aprovou, em 29 de novembro, o pagamento de um suplemento de missão para as carreiras da PJ, que, em alguns casos, pode representar um aumento de quase 700 euros por mês, que as estruturas da PSP e da GNR têm contestado o que consideram ser um "tratamento desigual e discriminatório".

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