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Dia Internacional de Preparação para Epidemias

Portugal (ainda) não tem plano para enfrentar futuras epidemias

27 dez, 2023 - 10:00 • André Rodrigues

Presidente da Associação dos Médicos de Saúde Pública reconhece que os serviços têm estado mais focados no ajustamento da atividade assistencial pós-pandemia, em vez de se prepararem para cenários idênticos ao da Covid-19. Principal problema é a falta de recursos humanos.

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O presidente da Associação dos Médicos de Saúde Pública alerta para o atraso de Portugal na elaboração de um plano para enfrentar futuras epidemias.

Gustavo Tato Borges atribui o problema à falta de recursos humanos, admitindo que, desde a pandemia, Portugal tem sido muito pouco eficaz na prevenção de possíveis situações como a que foi vivida durante a pandemia da Covid-19.

“Não fomos tão eficazes como deveríamos ter sido. Há toda uma dificuldade neste momento em estarmos completamente preparados e no próximo ano também será um desafio bastante interessante nesse aspeto, mas esperemos que rapidamente possamos ter um plano e possamos ter acima de tudo profissionais habilitados para lidar com esta circunstância”, refere em entrevista à Renascença.

O presidente da Associação dos Médicos de Saúde Pública (AMSP) deixa ainda um alerta: “os partidos devem apresentar aos portugueses o que pretendem fazer com o Serviço Nacional de Saúde (SNS), de que maneira vão funcionar em termos de pandemia, como é que querem organizar a saúde pública em si”.

Gustavo Tato Borges admite que a situação poderá piorar nos próximos dias, numa altura em que se verifica um aumento de casos de infeções respiratórias, sobretudo gripe A. O presidente da AMSP alerta para “uma semana de forte intensidade ao nível da atividade dos serviços de urgência e da atividade da doença gripal” com “uma pressão tremenda até ao final do ano”.

Na manhã desta quarta-feira, no SNS a média de espera para doentes urgentes variava entre os 50 minutos e as nove horas.

O portal do Serviço Nacional de Saúde dava conta que, no Hospital de Santa Maria em Lisboa, um doente urgente precisa de esperar nove horas e 36 minutos para ser atendido. No Garcia de Horta, o tempo de espera está nas duas horas. Já no Hospital de São João, no Porto, a demora está entre as duas horas e 53 minutos para atender doentes urgentes. No Hospital de Santo António, também no Porto, a demora é de 54 minutos.

De acordo com a triagem de Manchester, que permite avaliar o risco clínico do utente, o primeiro atendimento do doente urgente não deve demorar mais de 60 minutos.

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