03 jan, 2024 - 13:45 • Carla Fino , João Pedro Quesado
O ministro da Saúde considerou, esta quarta-feira, que casos como o da morte da idosa no hospital de Penafiel devem ser investigados. Uma idosa com cerca de 80 anos morreu ao início da noite desta terça-feira no serviço de urgência do Hospital Padre Américo, em Penafiel, enquanto aguardava o atendimento com pulseira laranja.
Questionado sobre a eventual ligação entre o caso e os elevados tempos de espera nas urgências do hospital Padre Américo, Manuel Pizarro afirmou que "a história é bastante diversa de uma descrição simplista".
"Cada vez que há um caso desses que é reportado, os hospitais - e quando é necessário, além dos hospitais, a Inspeção-Geral de Atividades em Saúde -, conduzem uma investigação para procurar saber o que aconteceu e tirar conclusões sobre o que aconteceu. Devo dizer que, em muitos casos, depois de investigarmos todas as circunstâncias, acho que a história é bastante diversa de uma descrição simplista, o que não quer dizer que não haja casos onde nós temos obrigação de tirar conclusões sobre como é que podemos melhorar o atendimento", declarou Manuel Pizarro, em declarações à CNN Portugal.
A informação da morte de uma idosa de 80 anos enquanto aguardava tratamento foi confirmada pelo Centro Hospitalar Tâmega e Sousa. Em resposta enviada à Renascença, o hospital esclareceu que a doente deu entrada no Serviço de Urgência às 19h16, tendo recebido pulseira laranja três minutos depois.
O óbito foi registado seis minutos após as 20h, depois de uma avaliação clínica.
Segundo o Hospital de Penafiel, tratava-se de uma doente em fim de vida e sem critérios clínicos para qualquer manobra invasiva de reanimação. Essa versão é corroborada pelo presidente da secção regional do Norte da Ordem dos Enfermeiros, que admitiu que a pressão na urgência de Penafiel pode ter contribuído para a morte da idosa.
85 pessoas estavam internadas esta manhã, no Hospital Padre Américo, em Penafiel.
Segundo Manuel Pizarro, os apelos para que os utentes menos urgentes recorram aos centros de saúde e à linha SNS 24 têm resultado num "aumento muito significativo de contactos na linha SNS 24".
"Desde o dia 26 de dezembro até ontem [2 de janeiro], houve mais de 62 mil chamadas para a linha Saúde 24 e temos tido, de facto, capacidade de, paulatinamente, melhorar o atendimento nalguns hospitais neste período, esta última semana e meia, as próximas 2 semanas, que serão o período mais difícil da gripe sazonal", apontou o ministro da Saúde.
[notícia atualizada às 14h43]