09 jan, 2024 - 09:38 • André Rodrigues , Olímpia Mairos
A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) denuncia um alegado apagão de utentes nas listas dos centros de saúde. Em causa está a reforma das unidades de saúde familiar.
Em Portugal, há mais de um milhão e 700 mil utentes sem médico de família. Segundo o portal da transparência do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o número de utentes sem médico de família atribuído aumentou 9,8% durante o ano de 2023, passando de 1.570.018 em janeiro para 1.724.859 em dezembro.
O objetivo do Governo é reduzir esse número em 300 mil, mas, para que tal aconteça, haverá utentes que estão a ser apagados das listas nos centros de saúde. A denúncia é feita à Renascença pela presidente da Fnam, Joana Bordalo e Sá.
“A cada utente corresponde um ficheiro onde se exige uma série de dados. Quem não tiver isso totalmente preenchido é como se fosse eliminado da lista”, diz.
Na visão de Joana Bordalo e Sá, “isto é absolutamente inaceitável porque, no fundo, as pessoas existem, aliás, são famílias, às vezes, que são seguidas pelo mesmo médico de família e isto é como se houvesse uma limpeza, entre aspas, artificial, um apagão dos utentes, onde, depois, são metidos outros”.
A presidente da Fnam reforça que, apesar de alguns utentes terem um ou outro dado omisso, “continuam a existir e deviam continuar a ter o seu médico de família”.
Em declarações recentes, o ministro da Saúde garantiu que “ninguém será excluído de nenhuma lista” ou perderá o seu médico de família "sem ser contactado antes" e anunciou que estão a ser “estabelecidos mecanismos”.