10 jan, 2024 - 13:02 • Tomás Anjinho Chagas , Olímpia Mairos
Os trabalhadores do Global Media Group (GMG concentraram-se esta quarta-feira junto ao Parlamento, no dia em que cumprem uma greve devido aos salários em atraso e à ameaça de despedimento coletivo.
À frente da Assembleia da República, pediram respeito e exigiram o que lhes é devido - o salário.
Mário Fernando trabalha na TSF há 27 anos. Fala numa situação que nunca foi vista.
“Isto é completamente inédito na história da TSF. Em 35 anos nós nunca nos deparamos com uma situação de salários em atraso”, diz.
O jornalista relata um cenário preocupante entre os trabalhadores deste grupo e garante que se estão a ajudar uns aos outros.
“Há uma coisa que eu posso dizer é que há algumas pessoas que já estão a ficar numa situação desesperada. Também quero que percebam uma coisa: nós ajudamo-nos uns aos outros. Nós não deixamos ficar ninguém para trás”, assegura.
Os trabalhadores dos órgãos de informação do grupo Global Media pedem mudanças rapidamente e uma resposta da Entidade Reguladora da Comunicação. Querem uma solução para uma empresa que leva mais de um mês com os salários em atraso.
Os partidos à esquerda sugerem uma nacionalização temporária da empresa, mas o ministro da Cultura que está a ser ouvido esta manhã no Parlamento já afastou esse cenário.
Pedro Adão e Silva esteve no parlamento a ser ouvi(...)
“Na minha opinião, o Estado tem de ter apoios transversais à comunicação social e não apoios específicos e desenhados para este caso em particular”, disse Adão e Silva.
“Ia desvirtuar o funcionamento do mercado, porque estaríamos a premiar os infratores, se fôssemos acudir a um grupo que tem problemas em cada momento de forma específica, estaríamos manifestamente a prejudicar todos os outros grupos que respeitam as regras concorrenciais e isso corresponderia ao enviesamento do funcionamento do mercado e seria muito pernicioso”, argumentou o ministro da Cultura.
Os trabalhadores Global Media Group (GMG) estão em greve esta quarta-feira em contestação pela intenção de despedir até 200 profissionais e pela defesa do jornalismo.
Além dos trabalhadores do grupo de “media” que detém órgãos de informação como Diário de Notícias, Jornal de Notícias, O Jogo e TSF, a greve abrange também “todos os jornalistas, independentemente do órgão de comunicação social para o qual prestem serviço” entre as 14h00 e as 15h00 desta quarta-feira, “para que possam expressar a sua solidariedade” para com os trabalhadores do GMG e também “alertar o poder político e a sociedade civil para a situação do setor”.