10 jan, 2024 - 21:55 • Vasco Bertrand Franco
O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) denuncia a demora no transporte de doentes devido à troca de helicópteros do INEM.
O aparelho maior e mais pesado que agora está operar na base de Macedo de Cavaleiros, no distrito de Bragança não pode aterrar em vários heliportos de hospitais da região Norte.
Em declarações à Renascença, Tiago Lopes, presidente do SPAC, dá como exemplo o que aconteceu esta quarta-feira na região Norte.
“Dois doentes foram transportados hoje de Mogadouro para Bragança. Um de helicóptero e outro de ambulância. Para caricato da situação, quem chegou primeiro foi o que ia em ambulância, porque o helicóptero teve que aterrar num aeródromo que fica a 15 minutos de distância do hospital.”
Autarca de Bragança critica "falta de planeamento"
Neste caso, o helicóptero do INEM, que deveria ter demorado no máximo 30 minutos a chegar ao Hospital de Bragança, demorou mais de uma hora, enquanto que a ambulância levou 55 minutos.
Em declarações à Renascença, o presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, diz que a troca de helicópteros ainda não foi explicada e fala em “ falta de planeamento”.
"Não houve nenhuma preocupação por parte das autoridades competentes de assegurarem o socorro à população de Bragança ou a qualquer outra localidade do nosso distrito", acusa o autarca.
A Renascença já tentou contactar o INEM, mas até agora sem resposta.
Em causa está uma medida aplicada no início deste ano, que reduz o número de horas de funcionamento dos quatro helicópteros em todo o país.
Na sequência desta medida, ocorreu uma troca dos helicópteros de Évora e Bragança. Esta alteração não permite que o helicóptero do INEM aterre no Hospital de Bragança e noutros heliportos por ser mais pesado.
A base de Évora está agora a operar com o helicóptero mais pequeno e apenas durante o dia.