12 jan, 2024 - 00:20 • Lusa
O comandante-geral da GNR manifestou esta quinta-feira apoio aos protestos dos elementos das forças de segurança, mas pediu aos militares da corporação para que "em nenhuma circunstância a liberdade e a segurança" dos cidadãos seja descurada.
Numa mensagem enviada ao dispositivo da Guarda Nacional Republicana, Rui Ribeiro Veloso manifesta confiança na possibilidade de "encontrar uma solução justa e equilibrada que responda às legítimas expectativas dos militares da Guarda".
"Do vosso comandante geral, assumindo plenamente a responsabilidade de defesa dos interesses legítimos e da dignidade de todos os militares da Guarda, podem contar com a máxima energia, determinação e disponibilidade para, pelos canais próprios, de forma serena, franca e leal, reiterar o nosso entendimento e apresentar as propostas que se impõem sobre a matéria em causa juntos dos competentes órgãos do poder político", refere Rui Ribeiro Veloso, na mensagem, a que Lusa teve acesso.
A mensagem foi enviada numa altura em que os militares da GNR, juntamente com polícias da PSP, têm realizado protestos em várias cidades do país para exigir melhores condições salariais e de trabalho.
Depois de na quarta-feira o diretor nacional da PSP ter enviado uma mensagem aos polícias, hoje foi a vez de o comandante-geral da GNR expressar que está "especialmente empenhado nas questões relativas à necessidade de revalorização profissional e funcional" dos militares e na procura de "soluções que permitam o reconhecimento das particulares exigências da condição militar e do exercício da função policial".
O comando-geral da GNR sublinha que "está a viver-se um momento particularmente sensível, em que as razões e legítimas expectativas dos militares da Guarda, pugnando por um tratamento equitativo entre os elementos das diferentes forças e serviços de segurança, ganharam forte expressão mediática".
No entanto, Rui Ribeiro Veloso frisa que os comportamentos dos militares da GNR relacionados com os protestos são "suscetíveis de afetar a perceção de segurança pública".
"Como é timbre dos militares da Guarda, sem deixar de afirmar as nossas justas aspirações, saberemos estar à altura dos nossos valores e dos ditames da lei que juramos cumprir e fazer cumprir, assegurando que em nenhuma circunstancia a liberdade e a segurança dos nossos concidadãos será descurada", escreve ainda o comando-geral.
Rui Ribeiro Veloso convocou as associações da GNR para uma reunião no Comando-Geral, no largo do Carmo, em Lisbos, na próxima segunda-feira.
O diretor nacional da PSP, José Barros Correia, esteve reunido com os seis sindicatos mais representativos da polícia e manifestou, no encontro, solidariedade, com os protestos.
Os polícias voltaram hoje, pelo quarto dia consecutivo, a concentrar-se em várias cidades do país em protesto, numa iniciativa que começou com um agente da PSP em frente à Assembleia da Republica, em Lisboa, e está a mobilizar cada vez mais elementos da PSP, bem como da GNR e da guarda prisional.
A contestação dos elementos da PSP e dos militares da GNR teve início após o Governo ter aprovado em 29 de novembro o pagamento de um suplemento de missão para as carreiras da PJ, que, em alguns casos, pode representar um aumento de quase 700 euros por mês.
Estes protestos surgiram de forma espontânea e não foram organizados por qualquer sindicato, apesar de existir uma plataforma, composta por sete sindicatos da PSP e quatro associações da Guarda Nacional Republicana, criada para exigir a revisão dos suplementos remuneratórios nas forças de segurança.
Esta plataforma decidiu cortar totalmente as relações com o Ministério da Administração Interna.
Os protestos dos polícias estão a ser organizados através de redes sociais como Facebook e Telegram.