13 jan, 2024 - 13:18 • Anabela Góis , Ricardo Vieira , Marta Pedreira Mixão
As autoridades de saúde portuguesas detetaram um caso de sarampo num bebé oriundo do Reino Unido e alertam que poderão surgir novos casos devido ao efeito de contágio, apurou a Renascença.
“Foi confirmado um caso de sarampo, importado do Reino Unido (Birmingham), numa criança de 20 meses (não vacinada), residente temporária no concelho de Sintra”, refere o delegado de saúde Regional de Lisboa e Vale do Tejo, António Carlos Silva.
O responsável alerta para o "possível aparecimento, nos serviços de saúde, de utentes apresentando sinais e sintomas compatíveis com sarampo, nomeadamente febre e exantema maculopapular, não esquecendo que podem ocorrer apresentações clínicas atípicas.” A doença na criança vinda do Reino Unido começou a manifestar-se a 10 de janeiro e o período de incubação do Sarampo varia entre 7 e 21 dias.
Tendo em conta a "probabilidade da existência de outros contatos para além dos identificados no inquérito epidemiológico, é possível que possam surgir outros casos de Sarampo”, indica a informação do delegado de saúde, a que a Renascença teve acesso.
Em comunicado enviado à Renascença, a Direção-Geral da Saúde informou que a "criança está internada, clinicamente estável, prevendo-se a alta para os próximos dias".
A DGS confirmou ainda que o caso foi notificado a 10 de janeiro de 2024 e que "está em curso a investigação detalhada da situação que inclui a recolha de informação clínica, laboratorial e epidemiológica do caso, a investigação da sua origem, a identificação dos contactos próximos na comunidade e a aplicação das medidas de controlo adequadas", sendo que, até ao momento, não foram identificados "outros casos de sarampo associados".
"A DGS e a rede de Autoridades de Saúde, em colaboração com o INSA e com os profissionais de Saúde, estão a acompanhar a evolução da situação de acordo com o previsto no Programa Nacional da Eliminação do Sarampo", refere o comunicado.
O vírus do sarampo é transmitido por contacto direto através de gotículas infeciosas ou por propagação no ar quando a pessoa infetada tosse ou espirra e "os doentes são considerados contagiosos desde 4 dias antes até 4 dias depois do aparecimento da erupção cutânea". A DGS relembra ainda que os sintomas de sarampo aparecem "geralmente entre 10 a 12 dias depois da pessoa ser infetada e começam habitualmente com febre, erupção cutânea (que progride da cabeça para o tronco e para as extremidades inferiores), tosse, conjuntivite e corrimento nasal".
O sarampo está eliminado em Portugal desde 2015, "pelo que apenas um caso constitui um surto", refere a nota do delegado de saúde, que recomenda a vacinação de pessoas suscetíveis. Todos os casos suspeitos devem ser, de imediato, notificados no Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE), contactada a Autoridade de Saúde e iniciada a investigação pelo Laboratório do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.
Recorda-se que o sarampo é uma das doenças infeciosas mais contagiosas podendo provocar doença grave em pessoas não vacinadas, pelo que a DGS sugere a verificação do boletim de vacinas e relembra que "a vacinação contra o sarampo faz parte do Programa Nacional de Vacinação".
[Notícia atualizada às 16h30 com comunicado da DGS]