Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Paulo Lima de Carvalho e Filipe Nascimento deixam administração da Global Media

18 jan, 2024 - 23:10 • João Malheiro com Lusa

São já cinco as saídas da administração da GMG no espaço de um mês.

A+ / A-

Os administradores do Global Media Group (GMG) Paulo Lima de Carvalho e, mais tarde, Filipe Nascimento deixaram esta quinta-feira o conselho de administração e a comissão executiva, denunciando a "asfixia financeira" e o incumprimento de promessas que inviabilizam as condições para continuar no grupo.

"Como é notório e publico, não só as condições mínimas necessárias à implementação dos projetos para os quais fui incumbido não estão a ser minimamente asseguradas, como ocorre, ao invés, uma total ausência de investimentos, que estão a provocar uma permanente situação de asfixia financeira, onde nem sequer nos é possível assegurar os compromissos já existentes, designadamente remunerações, quanto mais desenvolver qualquer tipo de projetos", refere.

Segundo a carta de renúncia enviada ao presidente do conselho de administração, Marco Galinha, e ao presidente da comissão executiva, José Paulo Fafe, o agora ex-administrador sublinha também que o incumprimento das obrigações contratuais para com os trabalhadores dos diversos meios de comunicação do GMG deu-lhe uma "elevadíssima exposição negativa", defendendo ser "totalmente alheio" às responsabilidades pela crise no grupo.

"Atendendo a que não estão asseguradas as mínimas condições para o desempenho do cargo, porque não estão cumpridas as promessas que me foram feitas e que esPveram na base da aceitação do mesmo, venho, pela presente, apresentar a minha renúncia, com justa causa, ao cargo de administrador e membro da comissão executiva", acrescenta Paulo Lima de Carvalho na carta a que a Lusa teve acesso.

Filipe Nascimento também sai por justa causa, por não se terem cumprido objetivos que o levaram a aceitar o cargo. Em carta, igualmente enviada a Galinha e Fafe, Filipe Nascimento refere que foi "com profundo sentido de responsabilidade pelo passado de todos os títulos e marcas, que aceitou o desafio, ainda que com algum prejuízo para a vida familiar" de integrar a administração da GMG.

No entanto, depois de "aguardar que as condições melhorassem", decidiu que não podia admitir "que o meu nome seja arrastado para uma batalha de oportunismos empresariais, e também políticos, bem como de egos e guerras de um mercado que está demasiado prisioneiro de interesses conflituantes, nem todos preocupados com a sobrevivência e sustentabilidade das marcas jornalísticas".

Por sua vez, Paulo Lima Carvalho, entre os compromissos que foram estabelecidos para a sua entrada para a administração, enumera as promessas de um "forte investimento" para o desenvolvimento das áreas de recursos humanos, tecnologia e inovação, além de uma estratégia empresarial que passava pelo crescimento do GMG através de aquisições e com uma perspetiva de internacionalização para o espaço lusófono.

"Não obstante o convite que me foi feito e a aceitação do mesmo, teve por base garantias, condições e pressupostos que, manifestamente, não se verificam", resumiu.

São já cinco as saídas da administração da GMG no espaço de um mês, na sequência das saídas do administrador executivo Diogo Agostinho e do administrador não executivo Carlos Beja, em dezembro, bem como da demissão de administrador não executivo Victor Menezes já neste mês de janeiro.

Saiba Mais
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+