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Agricultores do Algarve "bastante prejudicados" com medidas para a seca

19 jan, 2024 - 19:54 • Alexandre Abrantes Neves

Porta-voz dos agricultores teme que corte de 25% no consumo de água provoque elevadas quebras na produção e desemprego. Sobre a possibilidade de calamidade pública no Algarve, José Oliveira diz que o cenário é "possível" e espera que traga medidas positivas para o setor.

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Os agricultores do Algarve sentem-se "gravemente prejudicados" com o pacote aprovado pelo Governo para combater a seca.

Esta semana, o executivo anunciou um corte de 25% no fornecimento de água para a agricultura no Algarve e de 15% para o consumo urbano. Na apresentação das medidas, o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, disse que “se nada fosse feito, chegaríamos ao final do ano sem água para abastecimento público” na região.

A Comissão para a Sustentabilidade Hidroagrícola do Algarve (CSHA) – que junta 120 produtores, agricultores e associações regantes – alerta para os perigos destas medidas. À Renascença, José Oliveira diz que podem mesmo levar a uma grande redução de produção e a perda de postos de trabalho.

“Esta perda de produção de qualidade tem, naturalmente, implicações tanto na comercialização, como nos valores de comercialização, já a partir do final deste ano. E com certeza que haverá perda de postos de trabalho, quer ao nível da produção, quer ao nível de empresas da fileira”, explica.

José Oliveira teme ainda que surjam mais medidas prejudiciais para os agricultores no início do verão, caso a recolha da água proveniente da chuva não chegue aos níveis recomendados.

“Vamos chegar ao início do Verão e não há água. E então, o que é que se vai fazer? Vamos penalizar a agricultura para que os outros setores não sejam, nomeadamente o turismo. O parente pobre será agricultura”.

Em entrevista ao programa da Renascença Dúvidas Públicas, a ministra da Agricultura não recusou declarar a calamidade pública no Algarve devido à seca.

Por seu lado, o porta-voz da CSHA considera esse cenário “perfeitamente possível”, principalmente se “a situação de catástrofe no verão se confirmar”. José Oliveira pede, contudo, que a calamidade pública traga “medidas transversais a todos os setores da economia” e que não prejudiquem a agricultura.

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