26 jan, 2024 - 11:38 • João Cunha
O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, considera que há que "elogiar os pais portugueses que continuam a vacinar os seus bebés contra o sarampo".
Em declarações, esta sexta-feira, à margem das Jornadas de Atualização em Doenças Infeciosas do Hospital de Curry Cabral, Pizarro sublinhou a necessidade de "reconhecer o crescimento de casos de sarampo na União Europeia, sobretudo, nos países onde a vacinação diminui" e usar esta informação para incentivar os pais a vacinar os filhos.
"O desejável era que não houvesse nenhum caso em Portugal. Ainda assim, todos os casos que identificámos têm sido identificados em pessoas que vivem noutros países. Isso resulta do facto de mantermos níveis de vacinação muito elevados", lembrou o ministro.
Em Portugal, foram identificados desde o início do ano três casos de sarampo em doentes não residentes em Portugal. Duas crianças em Lisboa, que mantinham contacto próximo. Esta semana, o terceiro caso foi registado no Norte do país, num homem de 54 anos, não residente em Portugal e sem ligação aos casos de Lisboa.
Entre maio do ano passado e final de 2023, mais de 300 mil pessoas recorreram ao SNS 24 para pedir baixas de curta duração. Manuel Pizarro diz que até esperava mais, mas, para já, refere que é necessário tempo para fazer análise dos números...
"O número de que nós partíamos era de cerca de 700 mil baixas de curta duração em 12 meses."
Aparentemente, não está a haver um aumento ao que seria expectável. O importante é dar tempo para fazer uma análise rigorosa dos números. Eu diria que, perante este número de 700 mil baixas de curta duração anuais versus cerca de 300 mil declarações de autodeclararão de doença em oito meses, nós não estamos perante um aumento da utilização deste recurso".
Quanto aos tempos de espera em alguns hospitais, que se mantém elevados apesar do pico das infeções respiratórias já ter passado, Manuel Pizarro desdramatiza: o importante é que todos estão a dar o melhor para responder às necessidades das pessoas.
"Apesar de tudo, o SNS lá está, para dar resposta a todas as pessoas, qualquer que seja a sua circunstância. Nunca fechando as portas, trabalhando em rede, dando o nosso melhor para responder às necessidades das pessoas".
Às primeiras horas da manhã desta sexta-feira, os doentes urgentes (com pulseira amarela) esperavam cerca de dez horas no Hospital de São Bernardo, em Setúbal, e no Beatriz Ângelo, em Loures, para serem vistos por um médico.