31 jan, 2024 - 16:50 • Alexandre Abrantes Neves , Miguel Marques Ribeiro
A Confederação de Agricultores de Portugal anunciou esta quarta-feira que o governo vai reverter a decisão de cortar nas ajudas aos agricultores.
“Os pagamentos foram feitos com cortes e o governo, logo que obtida a necessária autorização da União Europeia, compromete-se a repor o dinheiro que falta para que os agricultores recebam a totalidade das suas ajudas”, explicou Álvaro Mendonça e Sousa, da CAP, no final da reunião do conselho de presidentes da confederação.
O Instituto da Agricultura e das Pescas tinha decidido uma redução das verbas de apoio. A agricultura biológica seria a mais afetada com uma redução de 35%, enquanto a agricultura integrada ia sofrer um abatimento a partir dos 25%.
Os agricultores reunidos no Movimento Cívico Agrícola prometem realizar protestos nas estradas nesta quinta-feira. Álvaro Mendonça Moura garantiu que a CAP não se vai associar.
"Esses protestos são espontâneos. A CAP quando organiza manifestações organiza ele própria como fez o ano passado com manifestações de Mirandela até Beja. Neste momento político, entendemos ir por outra via e com os resultados que pude hoje aqui anunciar", precisou Mendonça e Sousa.
No entanto, a confederação assegurou que está ao lado dos agricultores. “A palavra de solidariedade é para todos os agricultores que se sentem injustiçados”.
A má distribuição das verbas da Política Agrícola Comum é uma das queixas dos profissionais do sector e por isso o presidente da CAP disse que já está apalavrado com o governo o debate em torno da matéria.
“Também ficou assente com o Governo que o Governo e a CAP iniciarão uma discussão técnica para alterar profundamente o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum”, referiu Mendonça e Sousa.
As discussões deverão começar já a partir da próxima semana entre os técnicos do ministério da Agricultura e os técnicos da CAP.