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Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição

Bloqueio em França. "Se continuar, terá relevância para agricultura portuguesa"

31 jan, 2024 - 01:10 • Marisa Gonçalves

Sobre os ataques a navios comerciais no Mar Vermelho, a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição diz que já se verificam atrasos nas entregas, nomeadamente de material eletrónico.

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O bloqueio dos agricultores iniciado em França não está a prejudicar o mercado nacional de bens alimentares, mas, se continuar, terá impacto na agricultura nacional, afirma o diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED)

Em declarações à Renascença, Gonçalo Lobo Xavier começa por deixar uma mensagem de tranquilidade aos consumidores: "Não temos uma grande dependência de produtos franceses. Nesse sentido, não estamos a ter, neste momento, nenhum tipo de quebra ou alguma ruptura de produtos. No entanto, há que reconhecer que se a situação se mantiver terá relevância para a agricultura nacional, no que respeita às exportações."

Gonçalo Lobo Xavier especifica que é possível encontrar algumas rotas alternativas, caso a situação se agudize, embora refira que vão tornar o transporte "mais complexo e mais moroso".

Os protestos dos agricultores iniciados em França já se estenderam a Bélgica e Espanha.

Crise no Mar Vermelho aumenta custos de transporte e atrasos

Noutro plano, Gonçalo Lobo Xavier diz que os ataques a navios comerciais no Mar Vermelho estão a provocar o aumento dos custos do transporte, dado que rotas alternativas são maiores. Além disso, verificam-se atrasos nas entregas de material referente a determinadas áreas de negócio.

"Estamos a registar atrasos de cerca de duas semanas na receção de mercadorias, essencialmente material eletrónico, eletrónica de consumo, informática e componentes."

"Do ponto de vista do setor alimentar, daquela região vem essencialmente peixe congelado e salmão mas, as informações que temos dos nossos retalhistas é que os stocks que têm são suficientes para acompanhar esses eventuais atrasos", ac rescenta.

O diretor-geral da APED diz que, de momento, não se verifica um aumento de preço. No entanto, avisa que não é de excluir essa possibilidade.

“É evidente que há custos que aumentam tão substancialmente que, às vezes, torna-se difícil não transmitir esses aumentos para o produto final mas, neste momento, a informação que temos é que os retalhistas não estão ainda a fazer refletir estes aumentos."

Gonçalo Lobo Xavier acrescenta que já se verificam aumentos significativos no caso dos contentores, sublinhando que “já duplicaram de preço”.

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