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Unidade de intervenção da GNR nas fronteiras para impedir bloqueio de agricultores

01 fev, 2024 - 02:45 • Ricardo Vieira, com Lusa

Agricultores do Alentejo prometem bloquear fronteiras na região com protesto.

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A GNR destacou a unidade de intervenção para as principais fronteiras, para tentar impedir um bloqueio por parte dos agricultores que manifestam esta quinta-feira, avança a CNN Portugal.

Vilar Formoso e Caia são alguns dos pontos em que a Guarda Nacional Republicano terá uma presença mais "musculada" em dia de protesto dos agricultores. Um contingente reforçado de militares da GNR e viaturas com jatos de água foram colocados de prevenção.

A GNR vai acompanhar os tratores no percurso até aos locais de protesto e barrar os agricultores para evitar bloqueios.

Os agricultores do Alentejo prometeram bloquear com tratores e máquinas agrícolas as três principais fronteiras da região com Espanha, no âmbito do protesto contra a decisão do Governo de cortar ajudas ao setor.

"O mundo rural está em falência", justificou à agência Lusa António Saldanha, agricultor e um dos dinamizadores do denominado Movimento Civil Agricultores de Portugal na região alentejana.

Esta ação de protesto na região, que integra a iniciativa nacional do movimento, vai decorrer, a partir das 6h00 de quinta-feira, junto às fronteiras do Caia (Elvas, distrito de Portalegre), Mourão (Évora) e Vila Verde de Ficalho (Serpa, distrito de Beja).

Questionado pela Lusa sobre o acordo anunciado entre a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e o Governo para reverter os cortes previstos para os agricultores, no âmbito do Plano Estratégico da PAC, o responsável argumentou que nada muda.

"Este protesto mantém-se até que as ajudas às perdas de rendimento cheguem ao bolso dos agricultores", afirmou António Saldanha.

Segundo este dinamizador do movimento no Alentejo, agricultores de toda a região vão convergir para as três fronteiras para "bloquear as principais entradas em Portugal com todos os meios disponíveis ligados à agricultura".

"Chegámos a um ponto em que foi extremamente fácil unir-nos, porque todos fomos afetados da mesma forma e já todos estávamos muito descontentes", referiu, salientando que os cortes nos apoios, conhecidos na semana passada, foram a "gota de água".

António Saldanha disse que os agricultores têm "um contrato com o Estado português" relativo a "ajudas para a produção em regime biológico", tal como acontece em toda a Europa, e, neste âmbito, contavam receber os apoios contratualizados em 2023.

As ajudas, apontou, servem para "colmatar as perdas de rendimento que acontecem derivado ao regime biológico", pois quem opta por este modo de produção não pode utilizar fertilizantes, herbicidas e determinadas rações.

Após a reunião com a CAP, o Governo anunciou esta quinta-feira um pacote de apoio ao rendimento dos agricultores no valor de 439 milhões de euros, destinado a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar a Política Agrícola Comum (PAC).

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