04 fev, 2024 - 12:47 • Redação
Os polícias têm direito a manifestar-se, mas há "limites", nunca com recurso a “atos de indisciplina e insubordinação”, avisa José Luís Carneiro. O ministro da Administração Interna esteve reunido com altos representantes da PSP e da GNR, durante esta manhã.
À saída, em declarações aos jornalistas, o ministro sublinhou que Governo “não permitirá atos que possam colocar em causa a segurança dos cidadãos”.
Para além dos inquéritos já em curso, o MAI deu indicação à Inspeção-geral da Administração Interna (IGAI) para averiguar a falta de policiamento em dois jogos de futebol nas últimas 24 horas (ontem o Famalicão-Sporting, hoje o Leixões-Nacional).
Também as declarações do presidente da Sinapol, que deixou ontem no ar a ideia de que as legislativas poderiam estar em risco, foram participadas à IGAI, revelou o ministro.
Questionado sobre a capacidade do Governo de responder às reivindicações dos agentes da PSP e da GNR, José Luís Carneiro retirou essa possibilidade de cima da mesa.“Um Governo em gestão não tem legitimidade passa assumir encargos permanentes e duradouros”, disse. "O que aconteceu com os agricultores foi um apoio excecional."
Carneiro
deixou ainda uma nota sobre forças destabilizadoras infiltradas: “Serão agora participados ao Ministério Público todos os
indícios que estabeleçam possível ligação ao incitamento à insubordinação, à
sua prática e a movimentos extremistas."
O encontro, no Terreiro do Paço, foi convocado pelo ministro José Luís Carneiro, após o adiamento da partida entre o Famalicão e o Sporting devido à falta de policiamento.
Treze dos quinze agentes da PSP destacados para a partida meteram baixa médica.
Ainda ontem, o MAI abriu dois inquéritos às polícias. O primeiro terá como foco as “baixas subidas” dos agentes. O segundo as declarações do presidente da Sinapol que deixou no ar a ideia de que as legislativas poderiam estar em risco.
Enquanto decorria a reunião do Terreiro do Paço, foi notícia que o jogo Leixões-Nacional, agendado para as 11 horas deste domingo, também tinha sido adiado por falta de policiamento.
Nas últimas semanas, os agentes da PSP e da GNR têm vindo a fazer várias manifestações, muitas das quais em frente ao Parlamento. Exigem equiparação do seu subsídio de missão ao da PJ.