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Operação Pretoriano. Diligências retomam com interrogatórios a Saul e Madureira

05 fev, 2024 - 11:57 • Lusa

Ministério Público sustenta que Super Dragões quiseram "criar um clima de intimidação e medo" na AG do FC Porto, para que fosse aprovada a revisão estatutária, "do interesse da atual direção" "azul e branca".

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As diligências da Operação Pretoriano recomeçaram nesta segunda-feira no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto com o segundo interrogatório a Fernando Saul, oficial de ligação aos adeptos do FC Porto e um dos nove que continuam detidos.

Depois de ter pernoitado pelo quinto dia seguido na esquadra portuense da Bela Vista, o funcionário do clube foi transportado numa carrinha celular da PSP em direção ao TIC, onde chegou perto das 9h30, e vai ser novamente ouvido pelo juiz de instrução criminal.

Fernando Saul irá falar antes de Fernando Madureira, líder dos Super Dragões, uma das claques do FC Porto, que compareceu com idêntico aparato no local por volta das 10h00, oriundo de Santo Tirso, para prestar declarações pela primeira vez desde que foi detido.

Inicialmente, Madureira não tinha a intenção de ser ouvido pelo juiz de instrução criminal, mas mudou de estratégia e mostra-se agora disponível para falar, numa audição que até estava prevista para ser realizada durante a tarde de sexta-feira, mas passou para esta segunda-feira.

Fernando Saul concedeu o seu primeiro depoimento ao juiz Pedro Miguel Vieira nessa mesma sexta-feira e voltaria ao tribunal na tarde de sábado, quando foram juntas aos autos do processo as transcrições dos telemóveis de alguns dos detidos da Operação Pretoriano.

O juiz chamou os advogados de todos os 12 arguidos ao TIC do Porto ao final da manhã, após ter analisado o relatório da informação presente em quatro telemóveis apreendidos nas buscas, remetendo os elementos de prova para o procurador do Ministério Público.

As diligências de sábado terminaram com as saídas em liberdade de Tiago Aguiar, outro dos funcionários do FC Porto envolvidos no processo, António Moreira de Sá e Carlos Nunes, mais conhecido por "Jamaica", levando o número de detidos a baixar para nove.

Os trabalhos retomaram a partir das 10h00 desta segunda-feira e o Ministério Público irá promover as medidas de coação no final dos interrogatórios, antes de os advogados apresentarem as respetivas posições e o juiz Pedro Miguel Vieira aplicar essas medidas aos 12 arguidos.

Em silêncio ficam Sandra Madureira, mulher de Fernando Madureira e vice-presidente da claque Super Dragões, e Vítor Catão, adepto do FC Porto e ex-presidente do São Pedro da Cova, que não quer prestar declarações no TIC, ao contrário do que estava planeado.

Superdragões quiseram "criar clima de intimidação e medo"

Na quarta-feira, a PSP deteve 12 pessoas - incluindo dois funcionários dos "dragões" e o líder dos Super Dragões, Fernando Madureira -, no âmbito da Operação Pretoriano, que investiga os incidentes verificados numa Assembleia Geral (AG) extraordinária do clube.

De acordo com documentos judiciais, aos quais a agência Lusa teve acesso, o Ministério Público sustenta que a claque Super Dragões pretendeu "criar um clima de intimidação e medo" na AG do FC Porto, em 13 de novembro de 2023, na qual houve incidentes, para que fosse aprovada a revisão estatutária, "do interesse da atual direção" "azul e branca".

A Procuradoria-Geral Distrital do Porto divulgou que estão em causa "crimes de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo ou em acontecimento relacionado com o fenómeno desportivo, coação e ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda atentado à liberdade de informação".


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