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Operação Pretoriano

Fernando Madureira fica em prisão preventiva

07 fev, 2024 - 19:40 • Miguel Marques Ribeiro , Ricardo Vieira

Medida de coação mais pesada para o líder da claque Super Dragões. Hugo "Polaco" também vai aguardar o desenrolar do processo em prisão preventiva.

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Fernando Madureira, líder da claque Super Dragões, vai aguardar o desenrolar da Operação Pretoriano em prisão preventiva. A medida de coação foi anunciada esta quarta-feira após vários dias de interrogatórios.

Hugo "Polaco", que também faz parte dos Super Dragões, também vai ficar em prisão preventiva na sequência da investigação aos desacatos na assembleia geral do FCP, de novembro.

Fernando Madureira e Hugo "Polaco" estão também impedidos de contactar com outros suspeitos na Operação Pretoriano, à exceção de familiares diretos, de acordo com o despacho do Tribunal Judicial da Comarca do Porto, a que a Renascença teve acesso. Vão passar a noite no edifício anexo da Polícia Judiciária do Porto.

À saída da audiência nem o advogado de Madureira nem o de “Polaco” quiseram prestar declarações.

Outro dos arguidos com medidas de coação mais restritivas, Vítor Catão , vai ficar a aguardar o desenrolar do processo em prisão preventiva, mas só até estarem reunidas as condições para passar a prisão domiciliária com vigilância eletrónica. O adepto do FC Porto também está proibido de contactar outros suspeitos e dirigentes dos Super Dragões.

À saída do tribunal, Susana Mourão, defensora de Catão esclareceu que este vai ficar detido no Estabelecimento Prisional de Aveiro. A escolha não está relacionada com as supostas ameaças que o arguido tem recebido de adeptos azuis e brancos. “Não houve qualquer tipo de critérios” para o colocar em Aveiro, afirmou, garantindo que Catão “não tem proteção”.

A advogada nega ainda que o antigo presidente do São Pedro da Cova esteja a ser alvo de ameaças. “Ouvi pela comunicação social que ele andava a ser ameaçado. Não é o que ele diz, não foi o que eu assisti, nem percebo a razão de ser dessa questão”, declarou.

Relativamente aos restantes suspeitos na Operação Pretoriano, seis ficam em liberdade, com as seguintes medidas de coação: apresentações às autoridades três vezes por semana, proibição de contactar com outros intervenientes no processo ou dirigentes da claque do FC Porto, ficam proibidos de aceder a instalações dos Super Dragões e não podem aceder a recintos desportivos para assistir a jogos do FC Porto.

Possibilidade de recurso para o Tribunal da Relação

Por fim, a outros três arguidos foi determinado termo de identidade e residência e proibição de contacto com intervenientes no processo.

Entre estes últimos encontra-se António Moreira de Sá. O seu advogado, Jorge Correia, concorda com as medidas de coação aplicadas, mas ficou surpreendido com uma indiciação por um número de crimes superior ao que estava inicialmente previsto.

“Estávamos a contar com uma indicação que apenas dissesse respeito ao crime de ofensas à integridade física em recinto desportivo”. No entanto, acabou por indiciado por coautoria nos restantes crimes.

Em causa, segundo o despacho assinado pela juíza presidente do Tribunal Judicial da Comarca do Porto, estão os crimes de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo ou em acontecimento relacionado com o fenómeno desportivo, o crime de instigação pública a um crime, o crime de arremesso de objeto ou de produtos líquidos e o crime de atentado à liberdade de informação. Delitos que são puníveis com penas entre 1 e 4 anos.

O advogado de António Moreira de Sá admite recorrer para o Tribunal da Relação , para que “caia a indiciação pelos outros crimes”.

Também sujeito apenas a termo de identidade e residência e proibição de contacto com intervenientes no processo fica Fernando Saul. À saída, a advogada do oficial de ligação da claque dos super-dragões, Cristiana Carvalho, sublinhou que o mesmo vai poder continuar a exercer as suas funções no clube.

Clima de intimidação e medo

O Ministério Público tinha pedido a prisão preventiva para Fernando Madureira, na sequência das detenções realizadas a 31 de janeiro no âmbito da Operação Pretoriano.

Segundo documentos judiciais a que a Renascença teve acesso, o Ministério Público alega que funcionários do FC Porto e da claque Super Dragões tentaram criar um "clima de intimidação e medo" na assembleia-geral extraordinária (AGE) de 13 de novembro do ano passado, que foi suspensa devido a confrontos entre adeptos.

"Vocês vão morrer" e "O Porto é nosso, quem não está com Pinto da Costa vai morrer" foram algumas das ameaças dirigidas a associados, enquanto aconteciam agressões no pavilhão Dragão Caixa.

[Notícia atualizada às 23h43]

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