07 fev, 2024 - 12:19 • Lusa
O presidente do PSD apelou nesta quarta-feira às forças de segurança que consigam conciliar os seus protestos contra "uma desigualdade que deve ser reparada" sem pôr em causa a autoridade do Estado e "preservando o sentimento de segurança".
"Não é aceitável que se ultrapasse o limite a partir do qual as pessoas têm medo de andar na rua", afirmou Luís Montenegro, no final de uma viagem de cacilheiro entre Lisboa e Cacilhas, numa iniciativa de pré-campanha no distrito de Setúbal.
O presidente do PSD foi questionado sobre uma notícia do jornal Público, segundo a qual os trabalhadores do Sistema de Informações da República foram aumentados e tiveram uma revisão da carreira, segundo um diploma que foi publicado no final do ano, quando também foi atribuído o suplemento de missão aos agentes da Polícia Judiciária.
Luis Montenegro não comentou diretamente esta notícia e aproveitou para recordar que, já no Orçamento do Estado para 2024, o partido tinha proposto ao Governo "fazer uma avaliação e depois tomar uma decisão para reparar a desigualdade criada nas forças de segurança".
"O meu compromisso com as forças de segurança é muito forte:é iniciar, ato imediato à entrada em funções de Governo, iniciar um processo negocial com vista a fazer essa reparação", insistiu, numa garantia já dada na semana passada, depois de se reunir com representantes desta plataforma.
O líder do PSD assegurou não duvidar da justiça da reivindicação, mas remeteu para o processo negocial a forma como a desigualdade deve ser reparada, e defendeu que esse tipo de compromissos não deve ser assumido nas semanas antes das eleições.
Questionado se os protestos dos polícias já ultrapassaram o limite do aceitável, Montenegro lamentou que tenha sido a não realização de um jogo de futebol que voltou a dar mais atenção aos protestos.
"O que interessa não é a realização de um evento, por mais importante que seja, mas as forças de segurança devem ter consciência que são protagonistas da expressão de autoridade do Estado e têm de conciliar o seu direito a poderem manifestar-se e fazer o seu protesto com o respeito que todos os outros cidadãos devem ter para com essa autoridade e, sobretudo, preservando o sentimento de segurança", disse.
Por isso, reiterou o apelo feito no domingo às forças de segurança para que "exerçam democraticamente o direito de manifestar a sua insatisfação" com o limite de "não criar problemas que retirem autoridade ao Estado", nomeadamente colocando em causa "o exercício normal da democracia como a realização de eleições".