19 fev, 2024 - 14:48 • Lusa
A Federação Europeia dos Sindicatos de Polícia (EU.Pol) entregou esta segunda-feira na residência oficial do primeiro-ministro uma carta para defender que as eleições legislativas não impeçam o Governo de agir sobre as reivindicações dos policias e pedindo um compromisso escrito.
A carta, assinada pelo presidente do organismo, Peter Smets, foi deixada na manhã desta segunda-feira no Palácio de S. Bento por uma comitiva que integrava o vice-presidente da Federação, Rui Neves, o presidente do Sindicato Independente dos Agentes de Polícia (SIAP), membro fundador da EU.Pol, e o presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG-GNR), que também faz parte da EU.Pol.
Na carta, a que a Lusa teve acesso, a federação europeia diz compreender "a insatisfação dos agentes da polícia portuguesa", apoiar as suas reivindicações e defende que "as próximas eleições não devem impedir o governo de agir".
"Uma promessa escrita, assinada por todos os partidos políticos, que tenha em conta esta situação na formação do novo Governo poderia, pelo menos, ser um sinal de apoio àqueles que o protegem a si e a todos os políticos, tal como à sociedade em geral, todos os dias!", propõe a EU.Pol.
Peter Smets lembra António Costa que os agentes portugueses "lutam contra a diferença salarial", um fator que "cria desigualdade e injustiça dentro da força policial".
"Nós, enquanto Federação, acreditamos que é imperativo abordar o aspeto crítico da compensação dos agentes policiais, de forma adequada. Gostaríamos de chamar a sua atenção para a necessidade premente de uma abordagem mais equilibrada que considere tanto a natureza, cada vez mais exigente, do trabalho policial como a importância de um salário competitivo e atualizado", lê-se na carta.
A EU.Pol aponta que os agentes da polícia "enfrentam uma miríade de riscos e desafios nas suas tarefas diárias" e que "o custo físico e emocional cobrado pela profissão exige um reconhecimento abrangente da sua dedicação e sacrifícios diários", razão por que "pagar um salário competitivo e atualizado é um reconhecimento dos perigos inerentes à profissão", mas também "pelo seu compromisso, inabalável, em manter a ordem e salvaguardar a comunidade portuguesa".
"Exorto-o a considerar seriamente e a reconhecer a relação simbiótica entre a justiça moderna e a compensação necessária à eficiência operacional da polícia", pede Peter Smets, defendendo que a promoção de um ambiente de trabalho que valoriza e recompensa adequadamente os polícias irá garantir "uma força policial motivada e resiliente que continua a servir e a proteger a comunidade portuguesa, de forma efetiva".
"Gostaria de informar que apoiamos as reivindicações dos nossos colegas em Portugal e utilizaremos toda a nossa rede de influência na Europa de forma a dar aos agentes da polícia uma voz forte", acrescenta.
Diz também que a federação tem vindo a acompanhar "com grande preocupação" o que se passa com os polícias portugueses, manifestando apreensão com o bem-estar da polícia em Portugal, uma vez que "estão a ser levados ao seu limite, diariamente, sem qualquer apoio".
Sobre isso, a EU.Pol refere ter feito "várias tentativas de contacto com o Ministro da Administração Interna", mas sem que houvesse, "até agora, qualquer reunião ou discussão".
Os elementos da PSP e da GNR estão em protesto há mais de um mês para exigir um suplemento idêntico ao atribuído à PJ e hoje está agendada mais uma ação de protesto, com uma a concentração frente ao Ministério da Administração Interna, em Lisboa.
SV // JMR.
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