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Santa Casa envia para o MP relatório de auditoria externa à internacionalização dos jogos

20 fev, 2024 - 21:21 • Lusa

Auditoria externa "ainda não está totalmente concluída, devido a dificuldades na obtenção de documentação administrativa e financeira relativa a participadas" no Brasil.

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A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) enviou para o Ministério Público e para o Tribunal de Contas o relatório sobre a auditoria externa feita à Santa Casa Global no Brasil, confirmou a instituição à agência Lusa.

Segundo a SCML, o relatório tem dados recolhidos até 31 de janeiro de 2024.

A instituição refere, no entanto, que a auditoria externa, da responsabilidade da BDO, "ainda não está totalmente concluída, devido a dificuldades na obtenção de documentação administrativa e financeira relativa a participadas" no Brasil.

A declaração oficial da SCML surge depois de os jornais Público e Observador terem noticiado hoje que os resultados preliminares da auditoria apontam para ilícitos e indícios de crime económico nos negócios da instituição no Brasil, imputando responsabilidades ao anterior provedor Edmundo Martinho.

A SCML refere que o processo se encontra em segredo de justiça, razão pela qual "não poderá pronunciar-se sobre o conteúdo da auditoria".

"A Santa Casa está a envidar todos os esforços para atenuar as consequências negativas dos investimentos feitos pela Santa Casa Global no Brasil, tendo também vindo a tomar medidas económicas, financeiras e organizacionais de forma a assegurar a sustentabilidade da instituição", diz a instituição, na nota enviada à Lusa.

Acrescenta ainda que "elaborou um orçamento equilibrado para 2024, com reforço nalgumas áreas fundamentais na sua missão social, esperando que, brevemente, esteja terminada a revisão aos relatórios e contas relativos a 2021 e 2022".

A empresa responsável pela auditoria à Santa Casa Global, sobre o processo de internacionalização dos jogos sociais, deveria ter entregado o relatório final até 31 de janeiro, segundo a ministra Ana Mendes Godinho, que, numa audição parlamentar, em 09 de janeiro, adiantou que essa data tinha sido decidida pela Mesa da SCML, órgão de administração, composto pela provedora, vice-provedora e mais quatro vogais.

Já em 04 de janeiro, a ministra havia recebido da provedora Ana Jorge "um relatório da auditoria na sua versão "em evolução"".

Ana Mendes Godinho não esclareceu o motivo desse aparente adiamento, tendo em conta que a própria ministra havia dito, em 12 de dezembro, que os resultados finais da auditoria seriam conhecidos "muito brevemente".

A ordem, por parte do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS), para a realização de uma auditoria externa à Santa Casa Global, foi conhecida publicamente em 26 de junho de 2023, a par de uma reavaliação dos Relatórios de Gestão e Contas relativos aos anos de 2021 e 2022.

Ana Mendes Godinho afirmou sempre que nunca deu autorização para investimentos concretos no Brasil e que qualquer investimento referente à internacionalização estaria sempre dependente da sua aprovação.

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  • Anastácio José Marti
    21 fev, 2024 Lisboa 09:44
    A confirmarem-se as suspeitas enviadas apenas agora pela SCML para o Ministério Público, quem responsabilizará e quando a Administração anterior da SCML onde tais suspeitas foram praticadas? Quando assumirá a tutela da SCML as suas responsabilidades por nada ter feito para evitar estas práticas e ter permitido impunemente à anterior Administração da SCML das mesmas práticas? Será para ver, assistir e nada assumir que a SCML tem uma tutela que assim finge tutelá-la? Mais uma vez este exemplo nos vem provar que este ainda país é dos incompetentes e irresponsáveis e nunca de quem apenas quer trabalhar e realizar-se profissionalmente, pois se assim não o fosse, como compreender, justificar e aceitar estes cargos de suposta confiança política daqueles e daquelas que provaram nunca saberem dirigir respeitando o Estado de Direito e a legislação em vigor do mesmo, incluindo a tutela da SCML? Estas realidades terão ocorrido num mesmo período em que a Administração da SCML, retirou aos doentes crónicos o apoio que lhes concedia na aquisição dos medicamentos de que necessitam para sobreviverem, o que é humano, moral, justo ou intelectualmente honesto para quem os nomeou e os manteve nomeados a terem estes procedimentos e estas decisões em nome da SCML?

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