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Estudo da Cáritas. Estatísticas não revelam dimensão da pobreza e da exclusão

27 fev, 2024 - 06:00 • Henrique Cunha

Cáritas Portuguesa critica a evolução no combate à pobreza. Estudo que o organismo da Igreja apresenta esta terça-feira sugere que no período 2019-2023 não se registaram progressos significativos no combate à pobreza mais extrema em Portugal. A Cáritas afirma que em "várias dimensões a situação até se deteriorou".

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O estudo do observatório Cáritas apresenta em gráfico os níveis elevados de pobreza e exclusão, revelando que cerca de 513 mil pessoas estão numa situação de privação material severa.

O trabalho coordenado por Nuno Alves aponta também uma tendência de aumento acentuado da curva das pessoas em situação de sem-abrigo. Em 2019, Portugal tinha 7 mil e 100 pessoas sem teto; em 2020 o número subiu para 8 mil e 200; continuou a aumentar em 2021 para 9 mil e 600 e em 2022 (último ano em que são conhecidos dados) acentuou a tendência de crescimento ao chegar às 10 mil e 800 pessoas em situação de sem-abrigo.

De acordo com o documento "tanto os pedidos de apoio à Cáritas como a mera observação das ruas das grandes cidades atestam esta dinâmica". A instituição alerta também para "os pedidos de apoio à Cáritas por parte de imigrantes" que também "têm crescido acentuadamente nos últimos anos". A Cáritas sublinha que "estas tendências merecem uma atenção prioritária".

Neste período entre 2019 e 2023, o número de pessoas sem capacidade para ter uma alimentação adequada apresenta uma pequena oscilação, sendo que no ano passado havia 241 mil pessoas nessa condição.

O Estudo "Pobreza e Exclusão Social em Portugal" que é apresentado esta terça-feira na Universidade Católica no Porto aponta a evolução do mercado de trabalho como causa direta da situação.

De acordo com o Observatório Cáritas entre 2019 e 2023 "não se observaram progressos significativos no combate à pobreza extrema em Portugal".

A Cáritas entende que o combate ao fenómeno exige a "partir de agora politicas mais exigentes e mais direcionadas aos segmentos mais vulneráveis da população"; devendo ser "encarado como um verdadeiro desígnio nacional, tal como é preconizado na Estratégia Nacional de Combate à Pobreza 2021-2030".

Este organismo da Igreja Católica mostra-se ainda preocupado com o aumento do número de trabalhadores pobres e garante que "as estatísticas oficiais subestimam a magnitude da pobreza e exclusão em Portugal".

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