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Despesas essenciais representam 56% do rendimento médio na Europa

04 mar, 2024 - 20:34 • Lusa

Estudo da Intrum, uma empresa de gestão de crédito que compra dívidas a bancos para depois as cobrar, aponta que 62% dos consumidores portugueses gastam o dinheiro em despesas essenciais inevitáveis.

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As despesas essenciais representam 56% do rendimento médio mensal na Europa, verificando-se um impacto maior entre as mulheres (59%). Os dados são de um estudo da Intrum, divulgado esta segunda-feira.

"O estudo da Intrum destaca que as despesas essenciais representam 56% do rendimento médio mensal na Europa, desafiando a regra tradicional de 50%-30%-20% (respetivamente para despesas essenciais, despesas discricionárias e poupanças)", indicou, em comunicado, a empresa.

As dificuldades agravam-se entre as mulheres, que dedicam, em média, 59% do seu rendimento mensal às despesas essenciais, contra os 54% no caso dos homens.

O "Pulse Report" da Intrum de janeiro revelou ainda que a maioria dos consumidores europeus tem "preocupações financeiras persistentes, contribuindo para níveis significativos de stress".

Por sua vez, perto de três quartos dos consumidores mostraram-se confiantes quanto à sua capacidade para pagar as contas mensais.

Em Portugal, 68% dos consumidores afirmaram estar confiantes quanto à sua capacidade para pagar as contas todos os meses e mais de 30% responderam que os problemas financeiros estão a ter um impacto negativo nas suas relações com familiares e amigos.

Já 27% dos portugueses consideram que poderiam mudar para um emprego melhor remunerado para aliviar as suas preocupações financeiras.

No que se refere à avaliação de resistência ao stress financeiro, Portugal teve uma classificação de 38%, abaixo da média da União Europeia (46%).

"Com apenas 38% de resistência, Portugal ocupa o penúltimo lugar no "ranking" europeu de consumidores relativamente ao impacto que os problemas financeiros têm na sua saúde mental, com a Grécia a liderar com apenas 29%", destacou.

Os Países Baixos (59%), Dinamarca (57%), Suíça (57%) e Espanha (55%) têm maiores índices de confiança na sua gestão do "stress" financeiro.

Os consumidores portugueses referiram ter de "sacrificar alguns dados discricionários", como ginásios ou plataformas de "streaming", para fazerem face aos compromissos financeiros.

Considerando a média europeia, 55% dos consumidores estão a tentar reduzir os gastos em bens não essenciais, enquanto só em Portugal essa percentagem está nos 73%.

Entre os consumidores portugueses, 62% gastam o seu dinheiro em despesas essenciais inevitáveis, por exemplo, a renda e as contas da eletricidade e da água.

"De um modo geral, há cada vez mais provas de que a situação financeira precária de muitos europeus está a provocar um sentimento de alienação. Quase metade (46%) acredita que, ao longo da sua vida, estará pior financeiramente do que os seus pais", referiu.

Esta pressão financeira está a levar os consumidores portugueses a, por exemplo, procurarem fontes de rendimento adicionais.

Para a realização desta análise foram recolhidos dados, entre 02 e 25 de janeiro, de 20.000 participantes da Áustria, Bélgica, República Checa, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Noruega, Polónia, Portugal, Eslováquia, Espanha, Suécia, Suíça, Países Baixos e Reino Unido.

Para que a amostra fosse o mais representativa possível foram estabelecidas quotas por país quanto ao género, idade e religião.

A Intrum, que tem sede em Estocolmo, na Suécia, opera no setor dos serviços de gestão de crédito, contando com cerca de 10.000 colaboradores.

Em Portugal, a empresa está presente desde 1997, com escritórios em Lisboa e no Porto e mais de 250 colaboradores.

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