Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Comandos. Relação condena militares a pena efetiva pela morte de recrutas

06 mar, 2024 - 17:14 • Fátima Casanova

Tribunal da Relação agravou a decisão de primeira instância. O médico do cursos, que tinha sido absolvido em primeira instância, foi agora condenado a sete anos e meio de cadeia de pena efetiva.

A+ / A-

O Tribunal da Relação agravou a decisão da primeira instância e condenou sete militares no caso da morte de Dylan Silva e Hugo Abreu, os dois recrutas que não resistiram ao curso de Comandos, em setembro de 2016.

Os juízes deram razão a um recurso dos familiares dos recrutas, que morreram na sequência de uma prova de esforço durante o curso de Comandos número 127. No primeiro julgamento, em janeiro de 2022, tinham sido condenados a penas suspensas apenas três dos 19 arguidos.

O médico Miguel Domingues, que tinha sido absolvido em primeira instância, foi agora condenado a sete anos e meio de cadeia de pena efetiva, por dois crimes de abuso de autoridade e por ofensa à integridade física.

O instrutor Ricardo Rodrigues vai ter de cumprir cinco anos e três meses de prisão, decidiu o Tribunal da Relação. No primeiro julgamento tinha sido condenado a dois anos de pena suspensa.

Também o diretor da "prova zero", o tenente-coronel Mário Maia, que na primeira instância tinha sido absolvido, foi agora condenado a dois anos de prisão, mas com pena suspensa.

O tenente Pedro Fernandes tinha sido inicialmente condenado a dois anos e três meses de pena suspensa, mas o TRL agravou a pena para quatro anos de prisão.

Os juízes da Relação condenaram ainda o sargento Messias de Carvalho a quatro anos de prisão e o instrutor Hugo Pereira a três anos de prisão.

O militar Lenate Inácio viu o TRL confirmar a sua condenação a dois anos de prisão com pena suspensa pelo mesmo período pelo crime de abuso de autoridade por ofensa à integridade física.

Os outros 12 arguidos deste processo foram absolvidos.

“Valeu a pena não baixar os braços e lutar até ao fim”

Em reação ao acórdão do TRL, o advogado das famílias das vítimas, Ricardo Sá Fernandes, disse à agência Lusa que “esta decisão altera radicalmente os termos da sentença da primeira instância e faz a justiça que os pais de Hugo Abreu e Dylan da Silva há muito esperavam”.

“Valeu a pena não baixar os braços e lutar até ao fim”, disse, referindo-se à nova decisão.

Dylan da Silva e Hugo Abreu, à data dos factos com 20 anos, morreram e outros instruendos sofreram lesões graves e tiveram de ser internados no decurso da “prova zero”.

Oito oficiais, oito sargentos e três praças, todos dos Comandos, a maioria instrutores, foram acusados de abuso de autoridade por ofensa à integridade física. Segundo a acusação, os arguidos atuaram com “manifesto desprezo pelas consequências gravosas que provocaram nos ofendidos”.

“O Exército ainda não foi notificado desta decisão”, disse o porta-voz à Renascença.

A mesma fonte acrescentou que “o Exército não comenta decisões judiciais”.

[notícia atualizada]

Tópicos
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Filipe
    07 mar, 2024 évora 01:50
    Vão para a tropa gente que nem força para varrer o chão tem nos braços , quanto mais terem cabedal para tropas de elite . É uma vergonha ao que Portugal chegou na presente data . Tudo funciona com horário de escritório , das 9h às 16h e depois guardam quarteis e afins com a Prosegur e Securitas . Vão acabar só a ter Oficiais , ninguém lá se mete ... substituam a farda militar por camisas de colarinho branco e gravata e adiram a um cartão partidário . Uma vergonha ! Apertem logo é com essa gente nos testes de admissão como eram no tempo da Guerra de África ... DESERTORES !
  • EU
    06 mar, 2024 PORTUGAL 18:57
    Agora os Militares foram condenados a penas de prisão efectiva. Antes do 25 de Abril de 1974, pelas MESMAS PRÁTICAS, eram LOUVADOS. Ainda dizem que a liberdade está em perigo.

Destaques V+