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Diretores notam alunos mais nervosos desde a pandemia e defendem mais apoio psicológico

08 mar, 2024 - 15:02 • Lusa

"Sentimos que os alunos estão mais irrequietos, mais nervosos. Muitas vezes querem resolver o problema de forma errada", relatou o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares.

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Os diretores escolares consideraram hoje que os alunos estão mais nervosos, irrequietos e irritados desde a pandemia da covid-19 e defenderam o reforço do apoio psicológico, depois de um relatório revelar o aumento das ocorrências criminais nas escolas.

As ocorrências criminais nas escolas aumentaram cerca de 9% no último ano letivo, totalizando 3.824, sendo as ofensas corporais, injúrias e ameaças os crimes que mais aumentaram e os mais predominantes, segundo o relatório da Escola Segura divulgado hoje pela PSP.

"As escolas são o reflexo da comunidade em que estão inseridas e, nos últimos tempos percebamos, as pessoas mais nervosas e irritadas. Isso também se percebe nas escolas", disse à Lusa o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE).

Na perspetiva de Manuel Pereira, o cenário agravou-se após a pandemia da covid-19, opinião partilhada por Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).

"Sentimos que os alunos estão mais irrequietos, mais nervosos. Muitas vezes querem resolver o problema de forma errada", relatou.

Sublinhando a importância do programa Escola Segura na prevenção, Filinto Lima destacou também o papel das escolas e, em particular, dos serviços de psicologia e orientação, explicando que ajudam os alunos a gerir conflitos, prevenindo "situações de ameaças e agressões para as quais muitas vezes partem sem resolver o problema através do diálogo".

"Precisamos especificamente de apoios técnicos para a área da saúde mental", defendeu, no mesmo sentido, Manuel Pereira.

Segundo o relatório da Escola Segura do ano letivo 2022/2023, a PSP registou 3.824 ocorrências, sendo 2.708 de natureza criminal e 1.115 não criminais, tendo a maior parte ocorrido no interior das escolas.

Predominam os crimes de ofensas corporais (1.237) e de injúrias e ameaças (825), tendo sido ainda registados 368 crimes de furto, 137 de vandalismo e dano, 87 de ofensas sexuais, 82 de roubo, 34 de posse e uso de arma e 28 de tráfico de droga.

Apesar do aumento em relação ao ano anterior, o número de ocorrências continua abaixo da média dos últimos 10 anos, que se fixa em 4.570 ocorrências.

O Programa Escola Segura tem como principal objetivo garantir a segurança do meio escolar e da sua envolvente, prevenir comportamentos de risco e reduzir atos potenciadores de insegurança em ambiente escolar.

No ano letivo de 2022/2023, a PSP foi responsável, nos centros urbanos, pela segurança de 3.149 estabelecimentos de ensino, 150.000 pessoas do pessoal docente e não docente e cerca de 862.700 alunos.

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