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Jornalistas em greve. Mais de quatro dezenas de órgãos de comunicação social estão parados

14 mar, 2024 - 09:42 • Olímpia Mairos

É a primeira paralisação do género em 40 anos. Sindicato espera grande adesão.

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Mais de quatro dezenas de órgãos de comunicação social estão parados, em dia de greve geral de jornalistas. O balanço é feito pelo Sindicato dos Jornalistas que convocou a greve contra a “precariedade, os salários baixos, a sobrecarga laboral, os conflitos éticos, a degradação da qualidade do trabalho e a dificuldade de conciliação entre a vida profissional e a familiar”.

“À meia-noite desta quinta-feira, não houve noticiário na Antena 1 nem na TSF”, indica o sindicato, assinalando que a essa hora foi “dado o tiro de partida para a primeira greve geral de jornalistas em mais de 40 anos”.

A Direção de Informação da Lusa decidiu interromper o serviço da agência de notícias “por respeito à greve decidida em congresso pelos jornalistas portugueses e na defesa da dignidade do serviço público prestado pela agência”, indica em nota aos clientes.

A Revista Visão e a edição online do jornal Público também estão em silêncio.

“Há outras quatro dezenas de órgãos de comunicação social de todo o país parados a 100%”, indica o Sindicato dos Jornalistas, acrescentando que a greve está a afetar, igualmente, “de forma expressiva, uma dúzia de outros meios”.

De acordo com o sindicato, “na RTP Lisboa a paralisação é quase total na editoria de sociedade e ultrapassa a metade na política, economia e cultura. Na TVI/CNN Portugal e na SIC/SIC Notícias mais de metade dos jornalistas escalados fizeram greve”.

No Expresso, “as editoriais de sociedade, desporto, internacional e o Porto estão paradas a 100% e o online do jornal está a funcionar com cerca de metade dos jornalistas escalados”, segundo os dados divulgados.

O Sindicato dos Jornalistas diz, ainda, que também a produção informativa na Renascença, O Jogo, DN e Público está a "sofrer constrangimentos".

De acordo com o sindicato, o impacto da greve geral começou ainda antes nas redações, apontando que “muitas chefias, preocupadas com a adesão, anteciparam dias de fecho de jornais, fizeram convites antecipados para programas, trocaram turnos para acautelar faltas de ‘prováveis’ grevistas, ou reforçaram-nos para atenuar o impacto da paralisação”.

O sindicato alerta que “as greves na comunicação social não estão abrangidas pela necessidade de serviços mínimos” e avisa que “quaisquer medidas ou ações que visem frustrar o exercício do direito à greve ou os seus efeitos são ilegais. São inconstitucionais”.

“O empregador não pode substituir trabalhadores em greve ou fazer outros esquemas que limitem os seus impactos”, adverte, pedindo às Comissões de Trabalhadores e aos Conselhos de Redação que “se pronunciem caso esta situação estiver a acontecer nas suas redações”.

“Apelamos também aos diretores, diretoras e responsáveis editoriais que cumpram a lei. E que se recordem que são também, como os camaradas em greve, jornalistas”, apela o sindicato.

O dia da greve será marcado também por concentrações de jornalistas em Coimbra, Porto, Ponta Delgada e Lisboa. Nesta última cidade, a concentração terá lugar no Largo do Camões pelas 18h00, em que também se faz um apelo à sociedade civil para estar presente.

[notícia atualizada às 14h10 de 14 de março de 2024]

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