16 mar, 2024 - 10:36 • Hugo Monteiro , Diogo Camilo
A Associação de Praças estranhou o anúncio da promoção de quase 6.500 militares de Marinha, Exército e Força Aérea em 2024, numa altura de “novo Governo e novo responsável pela pasta da Defesa”.
Em declarações à Renascença, o cabo-mor Paulo Amaral diz ter ficado “com vontade de sorrir” pela altura em que é aprovado o plano de promoções nas Forças Armadas, que abrange 1.538 militares e 95 militarizados da Marinha, 3.335 militares do Exército e 1.491 da Força Aérea.
“Deixa-nos com vontade de sorrir. Porque é que este Governo e anteriores governos, tendo sido sempre alertados para esta questão, nunca tomaram esta decisão?”, questiona.
De acordo com o comunicado do gabinete da ministra Helena Carreiras, a aprovação do plano de promoções ocorre mais cedo do que em 2023 e 2022 para permitir que as promoções dos militares abrangidos ocorram ao longo do ano a que respeitam.
Em relação às declarações da ministra em entrevista à Renascença, na qual alertou que Portugal tem um “caminho muito grande a fazer em termos de investimentos de Defesa antes de falarmos da revisão do modelo de serviço militar obrigatório”, Paulo Amaral afirma que o tema “pode e deve ser debatido”.
Não é por causa da falta de recrutamento e fraca retenção, mas também. É importante este assunto ser debatido na sociedade portuguesa, conforme é debatido nos países dos quais copiamos exemplos - Suécia, Dinamarca, Noruega, Finlândia. Não deve ser um assunto tabu, pode e deve ser debatido com as associações profissionais militares, com os chefes dos ramos, com os governos, com os deputados, com a sociedade civil”, acrescenta.