19 mar, 2024 - 20:14 • Lusa
Um guarda prisional foi esta terça-feira agredido por um recluso no estabelecimento prisional de alta segurança de Monsanto, Lisboa, golpeado na face com uma caneta afiada, adiantou à Lusa fonte sindical, que admite endurecer protestos da classe.
De acordo com o dirigente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) Frederico Morais, a agressão, descrita como "tentativa de homicídio" pelo dirigente sindical, aconteceu por volta das 17:00, quando no regresso do pátio um recluso agrediu o guarda prisional que abriu a porta que permitia a entrada e acesso à zona das celas.
O recluso, com cerca de 20 anos de idade, tem um historial de violência contra outros reclusos e guardas prisionais que motivou a sua transferência para o estabelecimento prisional de alta segurança de Monsanto, em Lisboa, a única cadeia no país com nível máximo de segurança.
De acordo com o dirigente sindical, o agressor desferiu dois ou três golpes com uma caneta de plástico derretida por forma a ter uma ponta afiada, atingindo o guarda na face na zona do maxilar, perfurando a boca, estando a vítima numa unidade hospitalar para realizar exames e receber assistência.
Frederico Morais disse ainda desconhecer se o ataque tem alguma motivação pessoal contra o guarda.
"Isto foi uma tentativa de homicídio. Foi gravíssimo o que aconteceu hoje. Se calhar vamos ter que tomar medidas mais radicais, mais graves, e seguir o exemplo dos colegas da Catalunha (Espanha), que têm as cadeias fechadas desde sexta-feira, depois de um recluso ter atacado uma cozinheira", disse à Lusa.
"Não podemos esperar que morra um guarda para tomar decisões", concluiu.
A Lusa contactou a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) para obter mais esclarecimentos sobre o segundo ataque a um guarda prisional em dois dias, e aguarda resposta.
Com a agressão de hoje na cadeia de Monsanto, o total de guardas agredidos no interior de estabelecimentos prisionais por reclusos este ano subiu para 12, segundo o balanço do SNCGP.
Na segunda-feira o sindicato denunciou uma agressão no estabelecimento prisional de Coimbra, que motivou também a assistência hospitalar ao guarda atingido a soco na cabeça por um recluso.
IMA // JMR.
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