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Ministério Público acusa jovem de Peniche pelo homicídio da irmã

20 mar, 2024 - 14:06 • Lusa

A Polícia Judiciária começou a investigar o caso, vindo a encontrar o corpo da vítima em 15 de setembro, um mês depois. O motivo da discussão e do crime, "à volta da posse de um telemóvel", foi "completamente fútil", sublinhou o diretor da PJ.

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O Ministério Público (MP) acusou a jovem de 16 anos que terá matado a irmã de 19 por causa de um telemóvel, no ano passado em Peniche, distrito de Leiria, dos crimes de homicídio qualificado e profanação de cadáver.

De acordo com a acusação, a que a agência Lusa teve acesso esta quarta-feira, as duas irmãs viviam com o pai e dele dependiam financeiramente, uma vez que a vítima estava desempregada.

Segundo o MP, o progenitor apresentava dependência do álcool, pelo que a irmã mais velha "assumia uma posição de supervisão" sobre a mais nova, "vigiando e tentando reprimir contactos sexuais e amorosos via Internet".

Em 15 de agosto de 2023, a vítima começou a repreender a irmã mais nova por estar a trocar mensagens desse teor através da aplicação "Whatsapp", o que terá levado a uma discussão.

De acordo com a acusação, a arguida veio a munir-se de "provavelmente uma faca" e, aproveitando-se do facto de a irmã ser anã, atingiu-a "em diversas partes do corpo", apesar de esta ainda ter fugido dentro de casa.

Depois, terá arrastado o corpo para o quarto, escondendo-o debaixo da cama. Ao fim de três dias, enrolou-o num lençol e, com a ajuda de um carrinho de mão, terá transportado o mesmo para um terreno nas traseiras da habitação, onde o enterrou.

A agressora limpou os vestígios da luta na residência, "nunca demonstrando o mais pequeno mal-estar ou arrependimento".

Uma vez que o pai lhe tinha destruído o telemóvel devido ao seu comportamento, a arguida apoderou-se do da irmã e colocou o seu cartão no mesmo.

Quando a família perguntou pela irmã mais velha, a agressora "inventou que se teria ausentado de Peniche para ir ter com um antigo namorado".

A mãe acabou por apresentar queixa à PSP do desaparecimento da irmã mais velha no dia 19 de agosto, uma vez que desconhecia o seu paradeiro desde o dia 15.

A Polícia Judiciária começou a investigar o caso, acabando por encontrar o corpo da vítima a 15 de setembro, um mês depois.

Na ocasião, em conferência de imprensa, o diretor da Polícia Judiciária de Leiria, Avelino Lima, indicou que a investigação conduziu os inspetores para o núcleo familiar e as diligências realizadas para a identificação de vestígios de natureza biológica.

O motivo da discussão e do crime, "à volta da posse de um telemóvel", foi "completamente fútil", sublinhou.

A jovem agressora foi detida e ficou a aguardar julgamento em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Tires, no concelho de Cascais, no distrito de Lisboa. A rapariga confessou que matou a irmã e enterrou o seu corpo.

A família estava sinalizada pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Peniche, mas não por maus-tratos.

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