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​Diretores escolares não se comprometem com compra de computadores a tempo das provas

25 mar, 2024 - 20:22 • Fátima Casanova

Segundo fonte do Ministério da Educação, contactada pela Renascença, as escolas devem agora “fazer um levantamento das necessidades para depois avançar com a compra, que pode ser adjudicada diretamente ou por concurso”.

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As indicações do Ministério da Educação só chegaram ao início da tarde desta segunda-feira às escolas. Há mais de seis milhões e meio de euros para os diretores comprarem computadores e garantirem a realização das provas de aferição no ensino básico em formato digital.

No entanto, os diretores escolares não sabem como vão conseguir comprar milhares de computadores de um dia para o outro. É desta forma que reagem à decisão do Governo, que só esta segunda-feira à tarde deu indicações às escolas: que tudo devem fazer para que as provas no ensino básico, possam decorrer em formato digital.

Em causa estão os alunos dos 2.º, 5.º e 8.º anos, que em maio começam as provas de aferição, e os estudantes do 9.º ano que em junho têm pela frente os exames nacionais.

As escolas vão poder gastar cerca de 6,5 milhões de euros na compra de computadores, para substituírem os que estão avariados. A verba foi aprovada pelo Governo na passada quinta-feira.

Segundo fonte do Ministério da Educação, contactada pela Renascença, as escolas devem agora “fazer um levantamento das necessidades para depois avançar com a compra, que pode ser adjudicada diretamente ou por concurso”.


Um processo que não agrada ao presidente da Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), que afirma tratar-se de “um processo demasiado burocrático e que irá demorar algum tempo, eu diria semanas”.

Nestas declarações à Renascença, Filinto Lima lamenta que o Ministério da Educação tenha transferido para as escolas aquilo “que não foi feito pela tutela durante meses e até anos”.

Este responsável diz que está a ser dada uma grande responsabilidade aos diretores, que não sabem como podem fazer chegar às escolas milhares de computadores, “de um dia para o outro”.

Filinto Lima admite, por isso, que a realização das provas em formato digital “é algo arriscado”, acrescentando que seria “prudente que as provas de aferição e provas finais do 9.º ano fossem realizadas em formato de papel e esferográfica neste ano letivo e que a aquisição de computadores fosse feita sem a pressa que se quer empreender a este processo, que é um processo muito moroso e muito melindroso”.

É isto mesmo que os diretores querem pedir ao novo titular da pasta da Educação. Filinto Lima garante que o pedido de reunião, “com caráter de urgência”, vai ser feito a 2 de abril, logo depois da tomada de posse do Governo.

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