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Apanhar um TVDE será mais difícil esta sexta-feira

05 abr, 2024 - 10:49 • João Cunha

Centenas de motoristas da Uber e da Glovo vão desligar-se das plataformas, em protesto. Querem conseguir suportar o aumento das despesas e apresentam várias exigências.

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Um pagamento mínimo de 80 cêntimos por quilómetro e o pagamento dos quilómetros que fazem até à recolha do cliente são algumas das exigências dos motoristas das plataformas TVDE, que este sexta-feira protestam em Lisboa, Coimbra e Faro.

Na capital, depois de se concentrarem frente à sede da Uber, dezenas de motoristas seguiram nas suas viaturas para a Avenida da Liberdade, onde vão ficar concentrados até à manhã de sábado. Por alto, serão cerca de 300, mas Carlos Cerqueira, porta-voz do protesto, tem a certeza que "muitos mais colegas se vão juntar".

Para a parte da tarde, está também prevista uma marcha lenta até à Assembleia da República, de onde o grupo regressará à Avenida da Liberdade.

Os motoristas estão preocupados com a sustentabilidade do setor e com os valores das viagens, garantindo que nesta altura, os percursos que fazem não justificam os gastos que têm e que, por isso, se sentem explorados.

Vitor Soares, o presidente da ANM-TVDE, a associação de motoristas, lamenta que as plataformas não reconheçam "os custos inerentes à atividade e o que gastam para ir recolher os clientes, que muitas vezes estão "a mais de uma dezena de quilómetros de distância e pretendem fazer apenas dois ou três quilómetros de viagem", o que os obriga a viagens mais longas e com custos suportados pelos motoristas e contabilizados pelas plataformas".

Acresce a isto a cobrança por parte das plataformas, como intermediárias, de uma comissão de 25% sobre as viagens efetuadas.

Vitor Santos deixa ainda um apelo às autoridades no sentido de reforçarem a fiscalização, já que, maior atenção à fiscalização, já que diz existirem "motoristas que utilizam o certificado de motorista de outro colega e que prestam serviços TVDE".

De acordo com o Instituto de Mobilidade e Transportes, há quase 77.500 motoristas TVDE registados em Portugal.

A lei que regula o sector devia ter sido revista em 2022, cinco anos depois da sua entrada em vigor. O governo anterior, liderado por António Costa, adiou essa revisão, até que se conhecesse a diretiva europeia sobre o transporte de passageiros em veículos descaracterizados.

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