08 abr, 2024 - 06:32 • Cristina Nascimento
Em cada escola há, em média, “no mínimo” 30 computadores avariados. O número é avançado à Renascença pelo secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira.
“Os equipamentos não são de uma qualidade muito grande e, por isso, têm facilidade em avariar-se. Neste momento, aquilo que se calcula é que, a média, seja, no mínimo de cerca de 30 equipamentos avariados por escola”, explica o dirigente sindical, acrescentando que a tendência será “para aumentar”.
“No início do próximo ano letivo, a média estará no dobro”, afirma.
Mário Nogueira lembra que as garantias dos computadores estão a terminar e, essa realidade, é visível nas escolas. Segundo o secretário-geral da Fenprof, até agora o que era pedido aos professores de informática e de outras disciplinas era que levassem os equipamentos “às empresas que asseguravam a garantia, mas agora está-se a pedir-lhes que façam reparações”.
Uma situação que Nogueira considera ser um “abuso” e que “prejudica a atividade de docência”. Como tal, começa esta segunda-feira uma greve à manutenção dos computadores das escolas.
Nogueira diz que os concursos para a contratação de técnicos para fazer esse serviço têm ficado vazios devido ao baixo valor oferecido e garante que, até existirem mudanças, os pré-avisos de greve serão renovados diariamente.
A paralisação inclui ainda o suporte técnico às provas digitais, por exemplo, exames nacionais ou provas de aferição.
“Muitos dos equipamentos, em muitas escolas, têm propensão a avariar, a bloquear, situações que surgem durante a própria prova que criam instabilidade. Não somos contra as provas em meio digital, mas parece-nos que não estão criadas condições para que isso aconteça”, diz.
Por isso, defende, que na primeira oportunidade o novo Governo devia decidir pela realização de provas em papel.
Mário Nogueira lembra ainda que, uma das últimas medidas na área da Educação tomadas pelo anterior Governo foi garantir uma verba de 6,5 milhões de euros para a aquisição de novos equipamentos, uma verba que Nogueira considera ser insuficiente.
O dirigente da Fenprof assegura que a verba prevê a substituição de equipamentos “perdidos ou definitivamente inutilizados, não é para reparar avarias”.
“Essa verba, parecendo uma grande verba, dará para, considerando um computador na ordem dos 350 euros – e não estamos a falar de uma grande máquina -, um pouco mais de 20 computadores por escola. Ora, mais do que isso, têm as escolas avariadas e à espera de reparação”, remata.