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Associação Portuguesa de Recursos Hídricos

É preciso fomentar o uso inteligente de água nas cidades

10 abr, 2024 - 07:40 • João Cunha

A Academia da Água, iniciativa da Associação Portuguesa de Recursos Hídricos, centra-se no tema "Cidades Conscientes na Gestão da Água". A ideia é abrir a discussão em torno da necessidade de repensar a forma como usamos a água nas cidades, valorizando os recursos hídricos.

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É mais um dia de análise, debate e partilha de experiências da Academia da Água, que, desde novembro, tem envolvido diversas Instituições de ensino na discussão de temas da atualidade, inerentes à gestão dos Recursos Hídricos.

Depois de encontros em Aveiro, Covilhã, Porto, Coimbra e Vila Real, esta quarta-feira a Academia da Água, iniciativa da Associação Portuguesa de Recursos Hídricos, centra-se no tema "Cidades Conscientes na Gestão da Água".

Para "repensar a forma como usamos a água nas cidades, inovando na gestão dessa mesma água e valorizando o que são os recursos hídricos", explica o presidente da Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos, Jorge Cardoso Gonçalves, apontando que para o conseguir é necessário "promover o uso inteligente da água nas cidades".

Do debate em torno destas questões já saíram algumas conclusões: "Há que gerir a água com inteligência, com bom senso, envolvendo todos, contando com o empenho das instituições, com uma entidade reguladora forte - e felizmente em Portugal a regulação está estruturada - e também com entidades gestoras (os operadores) eficazes e eficientes na gestão da água."

"O uso da água será sempre uma conciliação de escassez entre os diversos utilizadores, seja ele urbano, agrícola ou da indústria. Veja-se a situação que se vive no Algarve, onde a escassez é muita, assim como são muitas as perdas de água no sistema de abastecimento", explica Jorge Cardoso Gonçalves.

O uso da água será sempre uma conciliação de escassez entre os diversos utilizadores, seja ele urbano, agrícola ou da indústria

O presidente da Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos acredita que há entidades gestoras de água com níveis de perdas reduzidos, que podem servir de exemplo. Bastará replicar o que fazem. Mas também há maus exemplos: "Quem tem índices de perdas de água mais elevados pode não ser por falta de capacitação técnica, mas pelas próprias características de evolução desses territórios e da forma como esses sistemas cresceram."

Como bons exemplos, "podemos pensar no caso da EPAL, uma empresa com longa história, que tem um conjunto de metodologias implementadas que lhe permitiram ter um nível de eficiência muito elevado. Ou a Águas do Porto, que fez um percurso muito interessante de redução de perdas de água e de estabilização desses níveis de eficiência".

Jorge Cardoso Gonçalves sublinha ainda que a incorporação da Inteligência Artificial na gestão dos sistemas é uma mais-valia, porque se trata de metodologias que podem dar uma resposta complementar" ao que tem sido feito na gestão destes sistemas.

"Se pensarmos que cada vez mais estamos a monitorizar esses sistemas, com sensores, também estamos a gerar volumes de dados muito importantes, que não podem ser lidos e interpretados com as metodologias do passado. O tratamento de grandes volumes de dados, com a ajuda da Inteligência Artificial, pode apoiar a gestão dos sistemas hídricos e ajuda a monitorizá-los em tempo real, respondendo aos desafios da gestão diária dos sistemas hídricos".

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