11 abr, 2024 - 15:26 • Liliana Monteiro , Filipa Ribeiro
A decisão está tomada: o instrutor do processo disciplinar levantado aos 13 militares, que em março do ano passado recusaram uma missão do NRP Mondego, determinou a suspensão de todos eles. É o que se pode ler numa nota da Marinha a que a Renascença teve acesso. A defesa vai recorrer da suspensão.
“Aplicar penas de suspensão de serviço a todos os militares, que variam entre 10 e 90 dias, consoante a responsabilidade decorrente da categoria, posto e antiguidade de cada militar, entre outras circunstâncias”.
Recorde-se que os marinheiros alegaram falta de segurança na embarcação que tinha sido chamada a acompanhar um navio russo que passava a norte da ilha de Porto Santo.
O processo disciplinar instaurado aos 13 marinheiros “foi concluído, após ter seguido os trâmites legais”.
Sublinha a Marinha que “durante a elaboração do processo disciplinar foi afastada, pelos tribunais administrativos, a suspeição sobre imparcialidade levantada pelos militares relativamente ao Comandante da Zona Marítima da Madeira, na qualidade de oficial instrutor do processo, e ao Comandante Naval”.
A defesa dos militares vai apresentar recurso junto do tribunal superior, ou entidade competente, uma vez que admitia como possibilidade apenas a absolvição dos 13 homens.
Dez meses depois, o processo disciplinar termina aqui. A par deste, decorre uma investigação da Policia Judiciária e Ministério Público.
À saída da Direção Jurídica da Marinha, o advogado Paulo Graça avançou que vai ser apresentado recurso ao Chefe do Estado-Maior da Armada em 11 dos 13 casos. Nos restantes dois, a defesa avançará com a impugnação para o Tribunal Administrativo.
“Houve decisões distintas que implicam formas de impugnar distintas. Relativamente à maioria dos marinheiros haverá um recurso que terá de ser interposto para o Chefe de Estado-Maior da Armada. Relativamente a dois deles, cabe o incidente de suspensão de eficácia para o Tribunal Administrativo porque são duas decisões do Chefe de Estado-Maior da Armada. Precisamente aquelas que aplicaram penas de suspensão mais pesadas a dois dos militares graduados, aos sargentos", esclareceu.