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Montenegro em Madrid na segunda-feira para sublinhar importância da relação com Espanha

14 abr, 2024 - 10:23 • Lusa

Primeiro-ministro faz a primeira visita oficial como chefe do Governo, num encontro que servirá para preparar já a próxima cimeira luso-espanhola.

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A visita do primeiro-ministro a Madrid, na segunda-feira, traduz a importância que dá à relação entre Portugal e Espanha e visa "fortalecer a posição dos dois países" na União Europeia, disse o gabinete de Luís Montenegro.

A deslocação a Madrid será a primeira visita oficial do chefe do Governo, como destacou à Lusa fonte do gabinete de Luís Montenegro, que acrescentou que essa decisão mostra "a importância que o primeiro-ministro dá à relação histórica e de cooperação entre os dois países".

O social-democrata Luís Montenegro vai encontrar-se em Madrid com o homólogo espanhol, o socialista Pedro Sánchez, na Moncloa, a sede do Governo de Espanha, naquele que é o único ponto de agenda desta visita oficial.

Segundo a mesma fonte do Governo português, este encontro servirá para preparar já a próxima cimeira luso-espanhola. Portugal e Espanha realizam cimeiras ibéricas todos os anos e ainda não há data para a de 2024.

O encontro de Madrid servirá ainda para "fortalecer a posição dos dois países em relação à União Europeia", disse a mesma fonte à agência Lusa.

Do lado de Madrid, o Governo espanhol adiantou apenas que entre os temas que Sánchez pretende abordar com Montenegro está a situação no Médio Oriente e o reconhecimento do Estado palestiniano.

Pedro Sánchez comprometeu-se a reconhecer a Palestina como Estado no primeiro semestre deste ano, defendendo que esse é um passo necessário para tentar abrir um processo de paz no Médio Oriente.

Luís Montenegro disse na sexta-feira, no parlamento, que defende a designada solução dos dois Estados (Israel e Palestina), mas o Governo português "não tem propriamente a mesma posição" de Pedro Sánchez.

Já em relação ao reconhecimento da Palestina como membro pleno das Nações Unidas, Montenegro afirmou apoiar essa pretensão palestiniana, tal como Espanha.

Sobre a guerra em curso há mais de seis meses entre o grupo islamita palestiniano Hamas e Israel, na Faixa de Gaza, afirmou que o Governo português defende "um cessar-fogo imediato que permita a ajuda humanitária, o respeito por todo o direito internacional e que daí possa decorrer uma negociação com vista a uma paz duradoura".

Pedro Sánchez felicitou publicamente Luís Montenegro em 05 de abril, dias depois da tomada e posse do novo primeiro-ministro, e disse os dois países continuarão a trabalhar juntos como "parceiros estratégicos e aliados".

"Portugal é um país irmão a que nos unem profundos laços históricos de cooperação e amizade. Continuaremos a trabalhar juntos como parceiros estratégicos e aliados", escreveu Pedro Sánchez na rede social X (antigo Twitter), numa publicação em que revelou ter já falado com Montenegro por telefone.

O primeiro-ministro português, no mesmo dia, e também na rede social X, disse querer fortalecer a aliança entre os dois países "a pensar no bem-estar" dos dois povos.

"Obrigado, Pedro Sánchez, pelas palavras de felicitação e disponibilidade para prosseguirmos as relações históricas de amizade e cooperação entre os nossos países", escreveu Luís Montenegro.

No debate de sexta-feira passada na Assembleia da República, o primeiro-ministro salientou que Espanha é "o principal parceiro comercial" de Portugal e que a sua obrigação e a de todos os membros do Governo "é a de proteger, salvaguardar os interesses do país, dos cidadãos, das instituições e das empresas".

Montenegro respondeu assim depois de questionado sobre críticas do atual ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, quando era eurodeputado, a Sánchez, a quem acusou de violar o estado de direito com acordos com partidos independentistas.

"Devo aqui dizer, de uma forma muito clara, que na relação do Estado português com o Estado espanhol, e dos dois governos, não faremos nenhuma ingerência na forma como cada um gere a sua circunstância política", disse Montenegro no parlamento, defendendo a liberdade de opinião dos membros do Governo. .

"É preciso distinguir aquilo que é essa opinião do exercício da função do Governo em nome de todas e de todos os portugueses", afirmou.

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