21 abr, 2024 - 15:34 • Lusa
Portugal pretende reformular o sistema de agendamento de vistos para acabar com as dificuldades em ter vagas que se verificam em vários serviços consulares, anunciou este domingo o primeiro-ministro.
"Vamos agilizar esse processo tomando algumas medidas para o normalizar" e "impedir o aproveitamento que hoje existe de algumas rede" que açambarcam e cobram a quem quer emigrar para Portugal, por um serviço gratuito, como acontece em Cabo Verde, onde o primeiro-ministro está em visita oficial.
"Vamos nas próximas semanas fazer um esforço grande e, não querendo estar a ser demasiado otimista, espero que num prazo máximo de dois meses possa haver novidades capazes de normalizar essa situação", referiu.
A situação pretende resolver os problemas em Cabo Verde e no resto da rede consular.
José Cesário, secretário de Estado das Comunidades detalhou que "o modelo vai ser mudado" para os vistos nacionais, sendo que o atual agendamento online "não vai acabar, vai continuar até haver condições tecnológicas, nomeadamente através da adoção de novos mecanismos de reconhecimento facial".
Montenegro passou por um centro de energias renová(...)
"Cometeu-se um erro gravíssimo que foi adotar esse modelo de agendamento como princípio e isso originou a situação caótica que vivemos hoje. Nós, agora, iremos introduzindo progressivamente mudanças como através do envio dos processos por correio, utilização do telefone ou e-mail", ou seja, formas já testadas, mas cada qual no seu local.
"Há várias formas de fazer isto, repito, estão testadas em vários sítios, dão resultado, hoje, mesmo no passado e há apenas que as adaptar à realidade local", referiu.
O tema já tinha estado na agenda de sábado e as novidades foram avançadas este domingo, depois de Luís Montenegro ter sido abordado na rua por um cabo-verdiano que lhe pediu para manter as fronteiras abertas, porque há pessoas como ele que querem trabalhar e pensam em Portugal como um destino.
"Abra as fronteiras. Se tiverem alguma fechada, abra essa fronteira porque queremos trabalhar. Não siga o André Ventura", líder do Chega, "siga a sua ideologia, o seu pensamento", referiu.
"Os cabo-verdianos seguem muito de perto a política portuguesa e estão muito bem informados sobre o conteúdo dos programas, das políticas que estão a ser desenhadas pelo novo Governo, o que é bom", disse Luís Montenegro aos jornalistas.
"Reconheço a validade das palavras que me foram dirigidas por um cidadão cabo-verdiano", disse, acreditando que "estava implícita também a mensagem: queremos dignidade, queremos regulamentação para podermos ter um bom acolhimento e integração".
"É preciso que as pessoas sejam tratadas com toda a dignidade. Além do interesse que nós temos em ter recursos humanos" é preciso que "haja acesso à habitação, a todos os direitos laborais, saúde, educação" e ouros serviços, disse, reiterando declarações feitas no sábado.
No que toca à referência à nova composição parlamentar portuguesa, Montenegro leva o comentário escutado na rua como um reconhecimento "da firmeza no compromisso estabelecido antes das eleições".
"E naquilo que foi, depois, a minha postura depois das eleições. Além da espuma dos dias" e de "uma certa bolha político-mediática, há um povo" que "analisa" o que se passa, disse.