03 mai, 2024 - 20:07 • Ricardo Vieira
O jovem suspeito de ordenar massacres fica em prisão preventiva, decidiu esta sexta-feira o juiz de instrução criminal.
"Refutou os factos em parte, disse a verdade. Prestou os esclarecimentos convenientes e que entendemos que seriam melhores para ele", declarou o advogado Paulo Azevedo, no final da audiência para conhecimento das medidas de coação, no Campus da Justiça, em Lisboa.
O jovem vai agora para as instalações da Polícia Judiciária e depois vai cumprir a prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Leiria.
Em causa estão os crimes de homicídio qualificado e incitamento ao ódio e à violência, além de pornografia de menores, adiantou a Polícia Judiciária (PJ), em comunicado divulgado na quinta-feira.
Explicador Renascença
O jovem criou e coordenava um grupo na aplicação D(...)
O jovem de 17 anos, detido no Norte do país, é suspeito de ter criado uma comunidade online na plataforma Discord, a partir de casa dos pais, onde instigava e ordenava outros jovens a atacar estabelecimentos de ensino.
Numa das situações, um rapaz de 15 anos invadiu uma escola em Sapopemba, São Paulo, e matou uma rapariga de 17 anos com um tiro de revólver na cabeça. O ataque, que aconteceu em outubro do ano passado, provocou ainda ferimentos em outros três alunos.
Em declarações aos jornalistas, o advogado Paulo Azevedo disse que a mãe do suspeito desconhecia os factos. "Tinha conhecimento que o filho era um jovem que passava muito tempo na internet, que passava muito tempo fechado no quarto", referiu.
A detenção do jovem português que ordenou o ataque a uma escola no Brasil impediu outros massacres em massa, disse esta sexta-feira o diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ). Entre eles estava um plano para assassinar, com elevado sofrimento, um mendigo, cujas imagens seriam posteriormente divulgadas na internet, revela Luís Neves.