06 mai, 2024 - 14:54 • Marta Pedreira Mixão , Vasco Bertrand Franco
Imigração
O autarca referiu que é necessário confiar que as (...)
A Agência para Integração de Migrantes e Asilo (AIMA) condenou e repudiou esta segunda-feira os atos de violência contra imigrantes no Porto, classificando-os como inadmissíveis e manifestou total solidariedade com as vítimas.
Em resposta escrita enviada à Renasceça, a AIMA refere que "está a acompanhar os acontecimentos, desde que tomou conhecimento dos mesmos, e em cooperação com as várias entidades envolvidas, nomeadamente de investigação criminal, municipais, locais, hospitalares e da sociedade civil, tais como associações de imigrantes, para apurar informação fidedigna e prestar todo o apoio necessário no âmbito das atribuições da Agência".
"A AIMA reafirma que atos como estes são absolutamente inadmissíveis num Estado de direito democrático, baseado nos princípios da igualdade, da não discriminação, do diálogo intercultural e religioso, assumindo particular gravidade caso se confirme a motivação pelo ódio racial e xenófobo", lê-se na nota enviada.
A agência dá ainda conta que, com a perspetiva de obter mais informação e promover atuações concertadas, contactou no sábado a Câmara Municipal do Porto.
"Para além do respeito pelos direitos fundamentais de todas as pessoas, é importante lembrar o contributo essencial das pessoas migrantes para a robustez da nossa sociedade, da nossa cultura, da nossa demografia e da nossa economia", acrescenta.
A AIMA considera que "todas as entidades e sociedade são assim convocadas a atuar, manifestando um inequívoco compromisso com o combate a todas as situações de violência contra pessoas residentes em Portugal".
Esta segunda-feira, o presidente da Câmara do Porto classificou o ataque contra migrantes da madrugada de sexta-feira como "inaceitável e um crime de ódio", defendendo também a extinção da AIMA.
"O ataque a uma casa onde residem imigrantes, na freguesia do Bonfim, no Porto, é um crime de ódio que não pode ser relativizado a qualquer título. É um ataque inaceitável", afirmou Rui Moreira, considerando que este episódio exige "ações concretas, muita responsabilidade e racionalidade na gestão dos escassos recursos públicos".
O autarca defendeu, por isso, a extinção da AIMA e utilização dos recursos de que dispõe para habilitar os municípios a darem uma resposta e a reforçar as forças policiais dos recursos de que hoje não dispõem para combater a criminalidade.
"Repito, a AIMA é uma agência inoperante que desperdiça dinheiros públicos sem o cumprimento da missão a que se propôs e, por isso, deve ser extinta", reiterou.