07 mai, 2024 - 18:33 • Ana Kotowicz , Manuela Pires
Motivos de natureza operacional. Foi assim que o primeiro-ministro justificou a exoneração do diretor nacional da PSP, dizendo-se surpreendido com toda a polémica à volta da saída José Barros Correia. Luís Montenegro sublinhou ainda que, com a tomada de posse de um novo Governo, é normal haver substituições.
"Nós iniciámos um ciclo novo de Governo, dentro desse ciclo é natural que haja substituições de altos cargos de responsabilidade que têm a ver com a execução do Programa do Governo e com o exercício de responsabilidades que têm tutelas políticas. É preciso dizer isto com naturalidade, sem dramatismos", disse Luís Montenegro, falando aos jornalistas, esta terça-feira, à saída do encontro de Comissão Permanente de Concertação Social.
O primeiro-ministro remeteu ainda para as declarações da ministra de Administração Interna, e, também ela, apontou para questões de natureza operacional. "Aquilo que aconteceu, enfim, aconteceu com toda a naturalidade, que é a substituição do diretor nacional da PSP", disse Montenegro.
"Há razões de natureza operacional e há razões de natureza da relação entre a tutela e a direção nacional da PSP. Essas razões têm a ver com a execução do Programa do Governo e com o exercício da tutela", acrescentou o chefe de Governo.
Montenegro rejeitou a ideia de que o afastamento do diretor nacional da PSP esteja relacionado com agendas partidárias. "Era o que faltava que houvesse algum Governo que tivesse uma agenda partidária para a PSP. Levo mesmo a mal. Era o que faltava. Não há nenhuma agenda partidária. Há uma agenda de trabalho, e é preciso respeitar isso".
"Era o que faltava que houvesse algum Governo que tivesse uma agenda partidária para a PSP."
Por fim, o primeiro-ministro frisou que as mudanças são normais, uma vez que também o Executivo mudou. "Devo, aliás, acrescentar o seguinte: nós iniciámos um ciclo novo de Governo, dentro desse ciclo é natural que haja substituições de altos cargos de responsabilidade que têm a ver com a execução do Programa do Governo e com o exercício de responsabilidades que têm tutelas políticas. É preciso dizer isto com naturalidade, sem dramatismos. Não vale a pena estarmos a criar casos", argumentou.
Montenegro sugeriu mesmo aos jornalistas que fizessem a comparação com a quantidade de substituições que governos anteriores fizeram no mesmo período que o seu Governo leva de mandato.
Antes das declarações de Montenegro, já a ministra Margarida Blasco tinha justificado a aposta num "novo homem", neste caso Luís Carrilho, para dirigir a Polícia de Segurança Pública, apontando para a "reestruturação profunda" que o Governo quer fazer naquela força policial.
Margarida Blasco sublinhou que o Governo vai fazer "uma reestruturação operacional e reorganizar todo o dispositivo da PSP no sentido de responder a novas ameaças e compreender os fenómenos que estão a acontecer em vários centros urbanos".