08 mai, 2024 - 19:26 • Lusa
O hospital de Ponta Delgada, nos Açores, abriu um processo de averiguações para apurar as causas do incêndio que deflagrou no sábado, mas a presidente da unidade de saúde assegurou que o quadro elétrico tinha as vistorias em dia.
"No dia 06 de maio, em reunião extraordinária do conselho de administração, foi aberto um processo averiguações para efetivamente apurarem-se as causas da origem do incêndio", afirmou a presidente do Hospital Divino Espírito Santo (HDES), Manuela Gomes de Menezes.
O incêndio no hospital de Ponta Delgada, que deflagrou pelas 09:40 locais de sábado (10:40 em Lisboa) e só foi declarado extinto às 16:11, obrigou à transferência de todos os doentes que estavam internados.
Na sequência do incêndio, o Hospital da Horte acolheu esta quarta-feira mais nove doentes de São Miguel.
"Até à data, chegaram 25 doentes no domingo, que fizeram hemodiálise no próprio dia, e durante o dia de hoje chegaram mais nove, que também farão hemodiálise até ao final do dia, totalizando 34 doentes do hospital de Ponta Delgada", explicou à Lusa Joana Decq Mota, diretora clínica do Hospital da Horta, na ilha do Faial.
O incêndio que deflagrou no sábado no Hospital Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, obrigou à transferência de todos os doentes internados e ao encerramento do Serviço de Urgência, Bloco de Partos e Bloco Operatório.
No dia seguinte, o Governo dos Açores declarou a situação de calamidade pública devido ao incêndio, cujas causas ainda não são conhecidas, como forma de "acelerar procedimentos" que permitam normalizar, num "curto espaço de tempo", a atividade da maior unidade de saúde açoriana.
Além dos 34 doentes hemodialisados, provenientes de Ponta Delgada, o Hospital da Horta continua a fazer tratamentos diários de hemodiálise a outros 30 doentes das ilhas do Faial e do Pico, situação que vai obrigar a administração a prolongar os turnos "até à meia-noite" e a reforçar também os recursos humanos.
"Isso implica prolongar turnos e necessitaremos de recursos humanos", salientou a diretora clínica, acrescentando que no final da semana chegará "uma equipa de enfermagem e de assistentes operacionais" de São Miguel, para colaborar com a equipa de enfermagem da Horta.
Por falta de camas de internamento no Hospital da Horta, os doentes deslocados por causa do incêndio estão alojados, provisoriamente, em unidades hoteleiras, mas apesar de estarem longe da família dizem não ter razões de queixa.
"Para nós foi uma boa solução. Estamos muito bem instalados, não nos falta nada e somos muito bem acompanhados pelas senhoras enfermeiras e auxiliares, mas é claro que a gente estranha os nossos enfermeiros de lá", admitiu Lina Bernardo, uma das doentes deslocadas, em declarações aos jornalistas, durante o tratamento na Horta.
Também Daniel Franguinho, emigrante açoriano radicado há 34 anos nas Bermudas, mas que estava de visita a Ponta Delgada, disse não se queixar da forma como foi recebido no Hospital da Horta.
"Estão tratando a gente muito bem, de todas as maneiras, a gente não pode falar mal de nada", assegurou.
Apesar de ter duplicado o número de doentes em tratamentos de hemodiálise no Hospital da Horta, a diretora clínica da unidade de saúde disse que ainda poderá receber mais pacientes de outras áreas, caso seja necessário.
O Hospital Divino Espírito Santo foi atingido no sábado por um incêndio que obrigou à transferência de todos os doentes internados.
A secretária regional da Saúde, Mónica Seidi, indicou à Lusa que na altura do incêndio "estavam 333 doentes no Hospital", tendo sido possível "dar 23 altas" e transferir 240 doentes.
Os doentes críticos e graves foram transferidos para o hospital da CUF, na cidade de Lagoa, e os restantes para os centros de saúde. Além dos doentes transferidos para a Horta, outros 26 utentes foram para o Hospital do Santo Espírito, na ilha Terceira. Alguns doentes foram igualmente transferidos para a Madeira e para o continente.