10 mai, 2024 - 12:35 • Cristina Nascimento
O primeiro-ministro reconhece que há polícias a trabalhar em condições “indignas”. Luis Montenegro discursava na tomada de posse do novo diretor nacional da PSP, lembrando ter percorrido recentemente o país de lés a lés.
“Há ainda muitos profissionais que desenvolvem o seu trabalho diariamente em condições absolutamente inaceitáveis, do ponto de vista físico”, afirmou.
Montenegro considera que, além das condições físicas, também “os equipamentos disponibilizados a muitos operacionais são indignos da assunção de responsabilidades para exercer a autoridade em nome do Estado”.
O Chefe de Governo aludiu ainda à falta de capacidade de reter pessoal ou de garantir mais recrutamento e, para tal, “temos de dar atratividade à carreira, temos de a valorizar”.
No entanto, advertiu Montenegro, como os polícias, há " centenas de milhares de prestadores de serviço público, em várias áreas, que se encontram na mesma circunstância" e, por isso, “qualquer alteração provoca uma mexida muito substancial nas nossas contas e na nossa gestão orçamental".
Montenegro assegura que este alerta não pretende “diminuir a vontade" de valorizar as carreiras de forças de segurança, mas sim lembrar que “não vale a pena alimentar a opinião pública com cenários irrealistas”.
Na sua intervenção, Montenegro abordou diretamente a questão nas negociações em curso entre forças sindicais e a tutela.
O primeiro-ministro reafirmou a "intenção muito firme de, a breve prazo" dar "uma boa sequencia às negociações que foram encetadas com sentido de responsabilidade". Montenegro quis elogiar de publicamente a forma “responsável”, “credível” e "empenhadíssima" como a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, tem conduzido o processo.
O novo diretor nacional da PSP, Luis Carrilho, foi indigitado para o cargo depois do seu antecessor ter sido exonerado. O agora ex-diretor nacional da PSP defendeu publicamente o pagamento do suplemento de risco aos polícias da PSP. A ministra da Administração Interna justificou o seu afastamento com uma "reestruturação" que pretende fazer na PSP.
No discurso de tomada de posse, Carrilho assegurou que uma das suas prioridades será zelar pelo "bem-estar de todos os policias”, explicando que isso significa “melhorar as condições socioprofissionais e financeiras” e também “assegurar o equipamento adequado e formação de qualidade”.