25 mai, 2024 - 19:08 • Alexandre Abrantes Neves
Os representantes dos militares das Forças Armadas querem ser recebidos em breve pelo ministro da Defesa, Nuno Melo, para rever carreiras e salários.
Numa reunião marcada este sábado para discutir a “degradação das condições socioprofissionais”, a Associação Nacional de Sargentos (ANS), a Associação de Oficiais das Forças Armadas e a Associação de Praças aprovaram por unanimidade uma moção que querem entregar a Nuno Melo e onde pedem respostas "próprias" para os problemas dos militares.
Em conferência de imprensa, o presidente da ANS, sargento-mor António Lima Coelho, reforçou que “nunca se teve um número tão baixo de efetivos”, mas que, mesmo assim, os militares “continuam a realizar um número crescente de missões, (...) muitas vezes com equipamentos num estado de quase obsoletismo”.
Por isso, e depois de “vários governos terem falhado na resposta a estes problemas que são públicos”, o documento que vai ser entregue ao gabinete de Nuno Melo pede a revisão do regime remuneratório “que está em vigor desde 2009”, uma discussão sobre as carreiras que “tardam em ser uniformes” e medidas que “tragam atratividade e retenção”.
Governo
Em causa estão eventuais falhas no "duplo controlo(...)
Lima Coelho sublinha, contudo, que o Governo tem de apresentar soluções próprias para as Forças Armadas e não uma réplica das propostas que já dirigiu à PSP e GNR.
“Esperamos que comecemos a trabalhar efetivamente na procura de soluções que não devem passar por estar à espera do que possa vir a ser encontrado para os profissionais das forças de segurança. Merecem-nos todo o respeito e solidariedade, mas a nossa missão é completamente diferente”, explicou.
Apesar de quererem ser recebidos “em breve”, Lima Coelho garante que “não estão equacionadas ações concretas [de protesto]” - segundo o responsável, as três associações “não querem pôr as coisas demasiado rígidas” e, por isso, não vão definir já um prazo de resposta para o ministro.
Já sobre as auditorias pedidas por Nuno Melo aos licenciamentos da Defesa feitos pelos governos de António Costa, o presidente da ANS vê a decisão com bons olhos, mas espera que esse processo “não ponha em segundo lugar as exigências” dos militares.
“É importante que se façam porque a defesa nacional – e quem nela trabalha e serve – não pode ficar sob quaisquer suspeitas. Porém, a mesma celeridade com que o senhor ministro teve para fazer as essas auditorias, seria interessante também ter para discutir connosco mecanismos para resolver os problemas que há décadas se vêm arrastando”, rematou.