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Caso das gémeas. Filho de Marcelo pode ser constituído arguido

07 jun, 2024 - 14:00 • Redação com Lusa

Nuno Rebelo de Sousa vai ser interrogado quando chegar a Portugal.

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O filho do Presidente da República, Nuno Rebelo de Sousa, será constituído arguido no caso das gémeas luso-brasileiras com atrofia muscular espinhal tratadas no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

A informação, avançada pela CNN Portugal, revela que Nuno Rebelo de Sousa vai ser interrogado quando chegar a Portugal, podendo tornar-se assim no terceiro arguido no caso das gémeas, junto com o ex-secretário de estado Lacerda Sales e antigo diretor clínico do Hospital de Santa Maria, Luís Pinheiro. Em causa estão suspeitas de crimes de prevaricação, tráfico de influência, abuso de poder e burla qualificada.

Também o pai das gémeas poderá ser constituído arguido.

O filho do Presidente, que se encontra a viver em São Paulo, tem estado envolvido no caso do tratamento, em 2020, das duas crianças que foram tratadas com o medicamento Zolgensma, com um custo total de quatro milhões de euros (dois milhões de euros por pessoa).

Em 4 de dezembro do ano passado, na sequência de reportagens da TVI sobre este caso, o Presidente da República confirmou que o seu filho, Nuno Rebelo de Sousa, o contactou por email em 2019 sobre a situação.

Nessa ocasião, Marcelo Rebelo de Sousa deu conta de correspondência trocada na Presidência da República em resposta ao seu filho, enviada à Procuradoria-Geral da República, e defendeu que deu a esse caso "o despacho mais neutral", igual a tantos outros, encaminhando esse dossiê para o Governo.

A informação surge um dia depois da Polícia Judiciária (PJ) ter feito, na quinta-feira, buscas em duas unidades do Serviço Nacional de Saúde (uma delas o Hospital Santa Maria) e em instalações da Segurança Social.

Interrogado se está surpreendido com os últimos desenvolvimentos deste caso investigado pelo Ministério Público, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: “Não tenho de estar surpreendido ou não, é a justiça a funcionar”.

A comissão de inquérito ao caso das gémeas tratadas com o medicamento Zolgensma agendou já o início das audições para 17 de junho, com depoimento do antigo secretário de Estado Adjunto e da Saúde António Lacerda Sales.

[Notícia atualizada às 14h48]

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