11 jun, 2024 - 19:11 • Fátima Casanova
Todos os arguidos envolvidos no processo Saco Azul vão a julgamento. O ex-presidente encarnado, Luís Filipe Vieira e outros sete arguidos são suspeitos de terem montado um esquema de prestação fictícia de serviços para fazer circular dinheiro.
Em causa estão montantes superiores a dois milhões de euros.
Os oito arguidos deste caso. Do lado do Benfica vão a julgamento, Luís Filipe Vieira, ex-presidente encarnado, Domingos Soares de Oliveira, à época administrador da SAD do Benfica e Miguel Moreira, que era diretor financeiro e ainda a SAD do Benfica e a Benfica Estádio, S.A..
Da lista fazem ainda parte o empresário José Bernardes, responsável pela empresa Questão Flexível, e Paulo da Silva e José Raposo que terão auxiliado o empresário a fugir ao fisco.
O despacho da instrução indicia os arguidos de fraude fiscal e falsificação de documentos.
Este caso remonta a 2016. O Ministério Público acredita que no final desse ano, Luís Filipe Vieira montou um esquema para retirar dinheiro dos cofres da Luz através de contratos fictícios.
Esses contratos eram celebrados com a empresa de consultadoria informática Questão Flexível, de José Bernardes, que recebia numa conta bancária, pagamentos do Benfica por serviços que não existiam.
Mais tarde, o dinheiro era levantado e regressava a duas sociedades encarnadas: a Benfica SAD e Benfica Estádio.
O alerta foi dado pelo Eurobic, banco onde a empresa Questão Flexível tinha conta.
Nesta instituição bancária entraram quase dois milhões de euros entre dezembro de 2016 e agosto de 2017.
As suspeitas surgiram quando o empresário José Bernardes pediu para levantar em numerário quase 250 mil euros, que tinham entrado na conta.
O banco recusou-se a executar essa operação e avisou a Polícia Judiciária e o Ministério Público.
Depois da recusa do Eurobic, este empresário abriu conta no Millenium BCP de onde terão saído em dinheiro vivo cerca de 350 mil euros.
O Ministério Público acredita que não.
De acordo com a acusação o ex-presidente encarnado teve como ajudantes neste alegado esquema, Domingos Soares de Oliveira, à época administrador da SAD encarnada e Miguel Moreira, que era diretor financeiro.
O Ministério Público acredita que estes dois responsáveis aceitaram colaborar com Luis Filipe Vieira.
A acusação calcula que foram retirados do Benfica 2,2 milhões de euros. Desse montante, 11% foi pago ao empresário José Bernardes como contrapartida pela celebração dos contratos, enquanto 1,4 milhões terão regressado à Benfica SAD e à Benfica Estádio, S.A., em numerário.
O Ministério Público não conseguiu identificar quem seria beneficiado, nem como terá sido aplicado o dinheiro levantado nos bancos.